Menu
Brasília

Caso Natália: família quer reconstituição da morte de jovem

Redação Jornal de Brasília

22/04/2019 20h28

Atualizada 23/04/2019 12h09

reprodução

Maria Júlia Spada
[email protected]

A defesa da família de Natália Ribeiro dos Santos Costa, universitária encontrada morta no Lago Paranoá no dia 1º de abril,  vai entrar com um pedido de reconstituição da morte da jovem no Ministério Público.

Para a advogada Juliana Porcaro, responsável pela defesa da família da jovem, as investigações não podem ser finalizadas, nem a hipótese de homicídio cometido pelo jovem de 19 anos morador da Asa Norte, pode ser previamente descartada. “ Muita coisa ainda deve ser investigada, a família não aceita que uma jovem de 19 anos, que sabia nadar, tenha morrido dessa forma”.

Os laudos divulgados na semana passada afirmam que a estudante morreu afogada e que os ferimentos e escoriações encontrados foram ocasionados porque o corpo foi arrastado pelo lago enquanto estava submerso.

Leia também: PCDF afirma que mordida no braço de suspeito é de Natália
Caso Natália: defesa desacredita que jovem tenha se afogado sozinha
“O que vai ser de mim sem a minha filha?”, lamenta mãe de jovem encontrada morta no Lago Paranoá

Segundo Juliana, esse ferimentos podem ter sido causados pelo jovem que estava com a universitária no dia do evento no Clube Almirante Alexandrino. “Os laudos afirmam que algumas escoriações foram causados porque o corpo da estudante foi arrastado, inclusive, foi encontrado areia no nariz dela, nós acreditamos que o próprio suspeito a arrastou”, afirma.

A interpretação das imagens do circuito interno de segurança do clube Clube Almirante Alexandrino também é contestada por Juliana. “ A defesa do jovem interpretou os minutos em que o jovem fica olhando para o local onde Natália se afogou como se ele estivesse procurando por ela, nós não acreditamos isso, naquele momento ele já sabia que ela tinha se afogado e estava pensando no que tinha feito com a jovem”, declara a advogada.

Ainda segundo ela, nas imagens é possível ver movimentos de braços, enquanto os dois jovens estavam submersos, em seguida,ele emerge sozinho, se afasta e fica olhando para o local onde estaria Natália.

Em relação ao exame toxicológico que detectou que a universitária usou drogas e ingeriu bebidas alcoólicas no dia em que morreu, a advogada afirma que a condição da jovem pode ter contribuído para que ela tenha ficado mais lenta durante toda a ação. Ela se opõe ao fato de não ter sido feito exame toxicológico no suspeito. “ Ele não foi devidamente investigado. Vocês já viram um crime em que não se investiga o suspeito?”.

“Movimentos de socos e tapas”

Para a defesa, o jovem deu um soco em Natália enquanto os dois estavam submersos e por isso a estudante desmaiou e se afogou.

A advogada teve acesso a imagens do circuito de imagens das câmeras de uma lanchonete próximo ao Clube Almirante Alexandrino, onde o jovem foi lanchar com a namorada e três amigos depois do ocorrido no Lago Paranoá.

Segundo ela, nas imagens é possível ver que o jovem não estava tão embriagado, como foi alegado pela defesa, e que nas imagens é possível vê-lo fazendo movimentos que imitam socos e tapas.”Ele ficou 1h15 na lanchonete, comeu e conversou. É possível ver ele contando para os amigos o que aconteceu enquanto estava no Lago Paranoá com a Natália, fazendo movimentos de socos e tapas”.

Juliana também contesta a investigação da polícia.”Desde o princípio o caso foi tratado como afogamento, inclusive, as imagens da lanchonete não foram sequer investigadas pela polícia”, aponta.

A Polícia Civil afirma que o caso ainda está sob investigação.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado