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Brasília

Caso Jiwago: após prisão de suspeito, polícia volta ao local do crime para esclarecer dinâmica

Arquivo Geral

21/08/2018 11h41

Reprodução/Facebook

Quase dois meses após o violento crime que chocou a população do Distrito Federal, a Polícia Civil prendeu, nessa segunda-feira (20), o suspeito de matar o estudante de filosofia da Universidade de Brasília (UnB) Jiwago Henrique de Jesus Miranda, de 33 anos, em uma área da instituição próxima a apartamentos funcionais. Na manhã desta terça-feira (21), a polícia irá realizar um trabalho de campo no local do crime para esclarecer a dinâmica dos fatos.

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De acordo com a corporação,Mateus Rosa dos Santos, de 19 anos,  foi localizado no Jardim Ingá, em Luziânia (GO). Em depoimento, ele confessou o crime. O delegado responsável pelo caso, Laércio Rosseto, porém, informou que ainda não há maiores detalhes sobre a dinâmica e circunstâncias do crime. “Mesmo o autor tendo confessado o crime, é necessário uma análise minuciosa de todas as informações coletadas até o momento”, destaca.

Ex-esposa acusa negligência

Diagnosticado com esquizofrenia há quatro anos, Jiwago Henrique de Jesus Miranda, 33 anos, não conseguia pegar os medicamentos controlados na Farmácia de Alto Custo e não teve qualquer amparo da instituição. Em surto, ele passou a viver nos corredores e porões do campus Darcy Ribeiro.

Chef de cozinha Vanice Silva Dantas, 47, contou ao Jornal de Brasília que o marido só deixou a casa porque estava em surto. Ela diz que os dois viviam juntos com os dois filhos de seis anos até o medicamento Olanzapina deixar de ser fornecido pelo Governo de Brasília, um ano atrás.

Para manter o tratamento, eles teriam que pagar R$ 600 por cada caixa. “Ele simplesmente chegou, colocou as roupas em um saco de lixo e disse que iria morar na Universidade de Brasília (UnB), que era como se fosse ‘mãe’ pra ele”, diz a mulher.

Procurada, a Secretaria de Saúde informou que o medicamento Olanzapina faz parte da lista de medicamentos fornecidos pelas Farmácias Especializadas (Alto Custo), onde não consta registro de solicitação do medicamento pelo paciente.

Vanice diz que já esperava que isso poderia acontecer a qualquer momento, pois o marido estava em situação de vulnerabilidade. A chef conta que havia pedido assistência da universidade, mas teria recebido resposta negativa. “Não fizeram nada”, lamenta.

“Ele dormia em um porão na Colina, onde moram também alguns professores, e eu previa meu marido morrendo naquele lugar. O que aconteceu com ele não passa de crueldade”, afirma.

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