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Brasília

Carnaval do DF pode ficar sem blocos tradicionais

Arquivo Geral

11/01/2018 7h00

Liga dos Blocos Tradicionais está insatisfeita com o andamento dos preparativos. Foto: Breno Esaki

Jéssica Antunes
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A folia brasiliense corre perigo. A festa popular que tem levado milhões de pessoas às ruas do DF nos últimos anos pode ficar sem os blocos tradicionais e com o pré-carnaval prejudicado. Os representantes dos oito blocos mais antigos do Distrito Federal reclamam de falta de verba, de transparência de e limitações para conseguir patrocinadores, que não poderão fazer propaganda. Ao todo, 112 grupos devem desfilar.

O Governo de Brasília será o patrocinador oficial, com R$ 5 milhões obtidos via emenda liberada pela Câmara Legislativa (CLDF) – maior valor investido para a festividade em toda a gestão. O pregão para uso da verba deve sair no dia 26, uma semana após o início das festividades pré-carnavalescas e, como não pode haver uso retroativo do dinheiro, a folia que antecede a data oficial segue indefinida. Desta vez, pelo menos até o momento, não há previsão de patrocínio de iniciativa privada: a única proposta recebida foi considerada irrisória, de R$ 700 mil.

Neste ano, a expectativa é que 2,5 milhões de pessoas participem dos eventos de rua, 200 mil a mais que o recorde de 2017. Responsável pela festa da maior parte dos foliões, a Liga dos Blocos Tradicionais teme não conseguir colocar os oito blocos nas ruas em 24 apresentações oficiais nos quatro dias de festa, ao custo estimado de R$ 3 milhões do pré-carnaval à ressaca.

“O Carnaval está indefinido”, avisa Jorge Cimas, presidente da Liga, que defende a festa aberta e democrática. Ele reclama que não fizeram parte da discussão dos editais e, a um mês da festa, não há nada no papel para ser organizado. “Não tivemos nem reuniões com polícia, bombeiros. Queremos que o Estado se sente para discutir e decidir com a gente, mas agora tem que correr. Queremos que o folião tenha segurança, conforto. Sem estrutura, quem vai colocar 2,5 mil pessoas nas ruas?!”, critica.

Propaganda limitada

Para o período até o início oficial do Carnaval, em 9 de fevereiro, ainda há chances de os blocos conseguirem patrocinadores independentes. Esses aportes de iniciativa privada, porém, não poderão permanecer durante o período carnavalesco oficial, já que não serão permitidas propagandas que não sejam do Governo de Brasília.

Entre as opções há possibilidade do uso de recursos que sobraram da Corrida de Reis, organizada pela Secretaria de Turismo, para arcar com os blocos. Essa transferência ainda não foi aprovada. Sandro Cunha, subsecretário de Promoção e Marketing vinculado à Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer, indica que o Carnaval de 2018 em Brasília está garantido e promete uma resposta sobre os eventos prévios até o fim da semana. Hoje, uma nova reunião está agendada.

“Estamos na fé de que vamos resolver o problema do pré-carnaval prevendo que há solução de ata, de dinheiro sobrando, e esperamos que esses R$ 5 milhões sejam distribuídos de forma que os blocos possam sair. Não nos deixam pegar da iniciativa privada, mas não entra com recurso suficiente”, afirma Elizabete Cintra, a Betinha do Asé Dudu de Taguatinga.

Saiba mais

Os 112 blocos de Carnaval que se credenciaram on-line para sair nas ruas de Brasília têm até o dia 15 de janeiro para entregar a documentação comprobatória no Centro Integrado de Apoio ao Carnavalesco (Ciac).

A sede do Ciac funciona na Secretaria de Cultura, na recepção da Sala Martins Pena do Teatro Nacional, de segunda a sexta-feira, das 13h às 18h.

Neste ano, haverá um evento especial para apresentação das seis escolas de samba do grupo especial, no dia 2 de fevereiro, entre a Torre de TV e a Funarte, com a presença de duas atrações nacionais, ainda não divulgadas.

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