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Brasília

Carnaval: Brasília mostrou que também sabe fazer festa

Arquivo Geral

14/02/2018 6h59

Atualizada 13/02/2018 23h11

Myke Sena

João Paulo Mariano
[email protected]

Em 2018, não faltaram oportunidades para o brasiliense aproveitar o Carnaval da melhor maneira possível. Foram atrações em 20 cidades e mais de 200 eventos, a maioria concentrada no Plano Piloto. Do mais novo ao mais velho, do mais religioso ao mais festeiro, o espaço era eclético e teve lugar para todo mundo.

Segundo um balanço parcial da Secretaria de Segurança Pública (SSP), cerca de 330 mil pessoas pularam e festejaram pelas ruas da capital federal nos quatro dias de folia. O número será atualizado hoje, mas ontem os organizadores dos tradicionais blocos Baratona e Raparigueiros calculavam o público em mais de 100 mil.

O Jornal de Brasília ouviu foliões, trabalhadores, organizadores dos blocos e a SSP para saber o que eles acharam da festa. Apesar de apontar a necessidade de algumas melhorias, o consenso é de que os eventos foram um sucesso e deixaram muitos com um desejo de quero-mais nesta Quarta-Feira de Cinzas.

Foi também um momento de redescobrimento da própria cidade. Meire Campos, de 57 anos, por exemplo, nasceu em Brasília e nunca tinha participado de um evento nas ruas. Ela lembra que antigamente participava de comemorações em clubes, mas tinha receio do que rolava nos blocos. Normalmente, ela fugia para outros Estados ou ficava em casa.

Em 2018, ela decidiu fazer diferente e acompanhar os blocos. “Eu vim com medo de dar bagunça, mas me surpreendi com a alegria, danças e até com a segurança”, afirma a produtora de eventos que participou do Galinho, na últimasegunda-feira, e do Raparigueiros, ontem. A mulher brinca que, de início, o plano era servir de “segurança” para a filha Anna Klara Campos, de 14, mas também conseguiu aproveitar um pouco das músicas, mesmo que tenha tocado pouco sertanejo – seu ritmo preferido.

Já Anna Klara parece que não ter se importado muito com a música. Ela se divertiu em todos os ritmos. A primeira experiência no Carnaval também foi boa, com ponto alto para os trios elétricos e para a união da galera dançando e cantando os sucessos do momento.

O vendedor Ari Santana, dono de um carro que distribui chopp, nem se atentou a música que estava tocando. Ele quis mesmo é lucrar e fez tudo que pode, colocando o produto a preços promocionais. Ari afirma que conseguiu arrecadar dinheiro o suficiente para pagar os gastos com a mercadoria e ainda sobrar um pouco. Ele brinca que o único problema é que o pessoal quer economizar e levam caixas térmicas com as bebidas que irão consumir.

Três perguntas para Cristiano Barbosa, Secretário de Segurança do DF

O remanejamento de forças de segurança para os eventos de Carnaval pode ter prejudicado o policiamento nas cidades?
O policiamento do Carnaval foi feito em cima da premissa de que todas as cidades continuassem seguras. Os remanejamentos foram feitos em cima das horas extras dos policias. Assim, foi possível trabalhar com um maior efetivo e manter a segurança nas cidades.

Quais foram os pontos positivos da festa?
Certamente um dos pontos altos que facilitou o trabalho e reverteu em conforto foi trazer os blocos para o Eixo Monumental. É um circuito bonito, amplo, arborizado. Junto com isso, houve a interação com os blocos. As discussões ocorreram bem antes do Carnaval. Havia policial até em cima do trio.

E quais foram os pontos negativos?
Nem todas as pessoas vão para o Carnaval com espírito de festa. Às vezes vão armados. Quem porta uma arma nesses eventos não vai pensando em se divertir. Mas graças a Deus é a minoria. Outro ponto lamentável foi a quebra do transporte, o que atinge a própria população.

Para toda família

Apesar da pouca idade, o Bloco Baratinha, no Parque da Cidade, animou os pais e crianças brasilienses nos dois dias de folia em que saiu. No levantamento preliminar da SSP, o evento contou com a participação de 7 mil pessoas. Para os pequenos, uma oportunidade de fazer a festa com direito a glitter e muita espuma. Para os pais, a tranquilidade de saber que os filhos podem ter liberdade de brincar com segurança.

As amigas Enny Juliana, 35, e Isabela Mariane, 28, fazem questão de levar os filhos todos os anos no Carnaval infantil do Parque. Nem o calor que fez na tarde de ontem atrapalhou a diversão de Larissa Ramalho, 5, filha de Enny, e de Miguel Cauã, 5, filho de Isabela.

Enny diz que é o único lugar que consegue levar o filho com a certeza de que não haverá gente bêbada ou brigas. Apesar disso, a PM registrou uma briga no local.

Segurança intensificada

Tanto os blocos quanto a Secretaria de Segurança afirmam que o esquema de organização foi intensificado para o Carnaval deste ano. O diretor do Raparigueiros, Jean Costa, um dos blocos que mais reuniu pessoas no Carnaval, comenta que houve aumento do número de seguranças particulares, de trios – quatro nos dois dias de festa – e de brigadistas.

Para ele, a mudança do trajeto para o Eixo Monumental foi importante para dar mais segurança aos foliões e tranquilidade aos moradores das proximidades das quadras 100 e 200 da Asa Sul. Antes, tanto Baratona como Raparigueiros faziam a festa no Eixão Sul. Segundo o organizador do Raparigueiros, um dos motivos de muitas brigas em anos anteriores era a presença de poucos trios e a aglomeração de pessoas em pouco espaço, como era no Eixão Sul.

O secretário de segurança pública do DF, Cristiano Barbosa Sampaio, conversou com o JBr. na noite de ontem e fez um balanço parcial da festa. “Foi um Carnaval tranquilo, bonito e com participação popular. Sem mortes ou lesões graves”, afirma o secretário. E garante: nenhuma cidade teve a segurança comprometida devido ao suporte dado aos blocos.

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