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Brasília

Captação de água no Descoberto será menor que antes do racionamento

Arquivo Geral

14/06/2018 12h21

João Stangherlin/Jornal de Brasília

Raphaella Sconetto
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Após um ano e meio com o racionamento de água por 24 horas a cada seis dias, a medida chega ao fim a partir de sexta-feira (15). No entanto, o abastecimento não será o mesmo que era antes de janeiro de 2017. A Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) era autorizada a captar 4,9 mil litros de água por segundo da barragem do Descoberto. Agora, serão 600 litros a menos. O governador Rodrigo Rollemberg justifica a diferença no volume por conta da redução do consumo e no aumento da captação de água na capital.

Durante o racionamento, a companhia captava 3,3 mil litros por segundo da Bacia do Descoberto. A partir de amanhã (15), serão 4,3 mil l/s – representando 600 litros a menos que era antes do Distrito Federal passar por sua maior crise hídrica.

Rollemberg garantiu que a queda na captação de água não terá prejuízos à população. “Esses 600 litros virão da redução do consumo pela economia e consciência da população, e até 800 l/s virão da transposição de água das captações do Paranoá e Bananal para atender cidades que antes eram abastecidas pelo Descoberto”, explica o governador.

De 2014 a 2018, os brasilienses reduziram em 31% o consumo per capita de água. Em 2014, eram 189 litros por habitante por dia. Em 2015, eram 153 l/hab/dia. Em 2016, um ano antes do racionamento, cada morador gastava em média 146 litros por dia. No ano passado, com o restrição em vigor, foram consumidor 129 litros por habitante.

Enfático, o pré-candidato ao Buriti afirmou que “estamos colocando um ponto final do racionamento”. Mas continuou pedindo a colaboração da população. “Não quer dizer que as pessoas devem voltar a desperdiçar água ou utilizar sem necessidade. O uso sustentável garante qualidade de vida à população, e garante uso diverso: comércio, indústria, para matar a sede, para higiene, para lazer, para contemplação ”.

Nível dos reservatórios

Nesta quinta-feira (14), o Descoberto está com 92,9% de sua capacidade. Já a barragem de Santa Maria está com um volume útil de 60,1%. Até o fim do ano, o governo estima que as barragens estejam com 67% e 53%, respectivamente. O momento mais crítico será nos meses de outubro e novembro em que o Descoberto ficará com 44% e Santa Maria em 42%.

Mudança no tempo de irrigação

Durante o racionamento, os produtores rurais e agricultores eram autorizados a irrigar as plantações por 3 horas por dia. Agora, ainda segundo o governador, eles estão autorizados a irrigar 6 horas por dia.

“A consciência também chegou aos produtores rurais com apoio da Secretaria de Agricultura e da Emater. Muitos modificaram os métodos de irrigação, utilizando outros mais eficazes e que tem o mesmo resultado do ponto de vista da produção, mas com um volume menor de água”, pontua.

As ações na área rural foram: manejo de irrigação, troca da irrigação convencional para sistema poupador de água, revitalização dos canais de irrigação, revestimento de reservatórios, adequação das estradas rurais, construção de bacias de retenção e terraceamento, e recuperação de nascentes e APPs de cursos d’água.

Obras de captação e tratamento de água 

Para Rollemberg, gestões anteriores não investiram na captação e tratamento de água. Ele afirmou que em seu governo foram gastos R$ 519 milhões em obras. No subsistema produtor de água Ribeirão do Bananal foram investidos R$ 19 milhões. A conclusão foi em outubro do ano passado e aumentou a produção de água em 700 l/s. Na mesma época, a estação de tratamento de água do Lago Norte ficou pronta e também aumentou em 700 l/s a produção de água. Nesta obra foram gastos R$ 45 milhões.

As obras de interligação dos sistemas de abastecimento de água do sistema Torto/Santa Maria para reforçar regiões atendidas pelo Descoberto custaram aos cofres R$ 12 milhões. Segundo o governo, a quarta etapa já foi concluída e estão na fase final.

“Pelo menos por algumas gerações, não haverá racionamento. Com as obras que fizemos, que colocaram 1,4 mil litros de água por segundo no sistema de abastecimento, com as obras que permitem a transposição de água para as novas captações, com a bacia de Santa Maria vai receber ainda em torno de 850 l/s de novas captações. Tudo isso nos permite dizer com total tranquilidade e segurança, que estamos pondo um fim do racionamento”, indica o governador.

Em relação às obras do Corumbá, foram investidos R$ 275 milhões do governo local e a previsão de conclusão é no final deste ano. “Em dezembro, entra em funcionamento a captação de tratamento de água do Corumbá, que vai produzir no primeiro momento 2,8 mil litros de água por segundo, metade para o Goiás e metade para o Distrito Federal. E em seguida, 5,6 mil l/s”.

Para o governador, a lição que fica depois de um ano e meio de racionamento foi a contribuição do Distrito Federal. “A capacidade da população se unir e superar o desafio. Por isso, nosso agradecimento a população e aos agricultores”, finaliza.

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