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Brasília

Candidata a distrital é detida por suspeita de liderar invasão de terra em Planaltina

Arquivo Geral

25/01/2019 18h44

Iara Fernandes é apontada pela PCDF como uma das líderes do movimentos em Planaltina. Ela foi candidata a deputada distrital pelo PSC em 2018.

João Paulo Mariano
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A ex-candidata a deputada distrital pelo Partido Social Cristão (PSC), Iara Fernandes de Oliveira, 37, foi detida nesta sexta-feira (25) por suspeita de ser uma das líderes do movimento que invadiu uma área de vegetação no bairro Arapoangas, em Planaltina (DF). Ela e mais 18 pessoas foram presas em ações coordenadas pela Delegacia do Meio Ambiente (DEMA) ocorridas em Planaltina e no Paranoá.

Nos últimos meses, a Polícia Civil observou o crescimento de ocupações de terra em Planaltina, Paranoá e na Estrutural. Segundo o Diretor do Departamento de Polícia Especializada, Victor Dan, em todos os locais, as pessoas recebiam a falsa promessa de que a regularização iria ocorrer. Havia inclusive uma cobrança por parte da liderança dos movimentos.

A mais recente das invasões ocorria no Paranoá. Os loteamentos foram feitos na área rural chamada Curral Comunitário. Começou há uma semana com as obras durante a madrugada para que passassem despercebidas.

Em Planaltina, a área era denominada Nova Planaltina e teria iniciado em dezembro do ano passado. A Polícia não soube indicar quantas pessoas lá vivem, mas consideram que já sejam centenas de famílias. Um vídeo feito pela Polícia Civil mostra que o tamanho da área não é nada pequeno e ainda está sendo medido.

O Jornal de Brasília tentou entrar em contato com a defesa de Iara Fernandes, mas até a publicação desta reportagem não obteve sucesso.

Tentativa de invasão

O delegado Victor indica que a liderança do movimento na Nova Planaltina era feito por Ilda Fernandes que se candidatou a deputada distrital nas eleições de 2018 e só conseguiu 252 votos. Quando ela chegava a 16ª DP (Planaltina), onde ficaria detida, um grupo de integrantes do movimento tentou invadir a unidade policial com o intento de libertar a mulher.

Como a Polícia Civil obteve informações de que isso seria possível, resguardou a delegacia e impediu que o ato ocorresse. A mulher continua detida junto com outros dois homens que são considerados pertencentes a liderança da invasão em Planaltina. Todos os detidos foram indiciados por ocupação irregular do solo, danos ambientais e associação criminosa.

Ameaças

A PCDF descobriu que os líderes e os invasores agiam, em geral, da mesma forma nas três invasões. “Sempre iam de madrugada para os locais. Muitos recebiam material para construir (os barracos). Todas as pessoas pagavam alguma taxa. Quem não conseguia mais pagar era expulso”, afirma o delegado.

Em muitos desses momentos, o investigador revela que havia o uso de arma de fogo, por isso alguns dos presos vão responder por extorsão e ameaças com o uso de arma de fogo. Há a suspeita, inclusive, que alguns traficantes estavam unidos aos líderes.

Há também a possibilidade de que a liderança também responda por estelionato já que prometiam para pessoas muito simples e sem condições de que aquela área seria regularizada. Para algumas áreas, é impossível que isso ocorra, já que algumas, como é o caso de Planaltina, está em uma área ambiental.

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