Jéssica Antunes
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O furto recorrente de caminhonetes Mitsubishi modelo L200 Triton na área do Plano Piloto chamou a atenção da Polícia Civil, que investigou e prendeu uma organização criminosa que levava e revendia os automóveis para receptadores na Bahia e em Goiás. Eles são responsáveis por mais de um terço das 33 ocorrências registradas no Distrito Federal no ano. Agora, os receptadores são investigados.
A maior parte dos crimes ocorreu nas Asas Sul e Norte. De acordo com Bruno Ehndo, delegado da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), os furtos ocorriam geralmente no início da manhã.Três pessoas rodavam por Brasília em carros de apoio a procura de veículos e quando encontravam um alvo, se aproximavam, arrombavam e conseguiam entrar.
Eles faziam a procura por rastreadores e conseguiam ligar os carros por meio de centrais. Os equipamentos controlam uma série de funções do automóvel e, em cerca de 15 segundos, consegue permitir a partida. As caminhonetes eram estacionadas por até 48h em quadras próximas para garantir que o carro não fosse rastreado. Depois, na madrugada, eles buscavam e entregavam aos receptadores.
Segundo a PCDF, o grupo foi identificado como autor de 25 furtos praticados, sendo 12 exatamente da mesma marca e modelo. Foram expedidos dez mandados de prisão. Os integrantes moram em Sobradinho, Planaltina e Planaltina de Goiás. Um dos alvos foi preso em flagrante de posse de uma caminhonete na terça-feira (4). Três estão foragidos.
“Essa recorrência de furtos em área geográfica determinada despertou a atenção da divisão, que resolveu apurar. Em cinco meses de investigação, foi possível identificar os responsáveis pelos crimes e o destinos desses veículos”, diz o delegado.
A prisão dos acusados não encerra as apurações, que vai atrás dos receptadores especialmente de Barreiras (BA), Catalão e Formosa (GO). Um receptador ouvido contou que pagou R$ 3 mil pelo veículo.
Foram apreendidos quatro carros usados para prática do furto e seis veículos adulterados. Além disso, 17 centrais utilizadas para acesso ao sistema dos veículos foram encontradas nas casas dos alvos.