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Brasília

Brasiliense não quer reeleger Rollemberg, aponta pesquisa

Arquivo Geral

13/06/2017 7h00

Atualizada 12/06/2017 22h32

Foto: Myke Sena

Francisco Dutra
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Hoje, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) não conta com os votos de oito em cada dez brasilienses em uma provável candidatura para a reeleição nas urnas em 2018. Apesar dos esforços concentrados do Palácio do Buriti, ao longos dos últimos meses, para emplacar uma agenda positiva de realizações, pesquisa do Instituto Exata de Opinião Pública (Exata OP) aponta para o aumento da desaprovação popular do chefe do Executivo e do governo como um todo.

O estudo faz a síntese de 1.330 entrevistas colhidas entre os dias 5 e 8 de junho. Com intervalo de confiança de 95%, o levantamento apresenta margem de erro de 3%, positivos ou negativos. A pesquisa destaca a forte rejeição do eleitorado ao nome do governador em uma eventual tentativa de reeleição, sem traçar comparações com outros candidatos em potencial. Entre os entrevistados, 83,3% afirmam não votar em Rollemberg de forma alguma. Outros 11,5% dizem talvez votar nele, enquanto apenas 2,7% declaram votar, com certeza, no atual gestor do Distrito Federal.

A rejeição da reeleição é reflexo direto da desaprovação crescente de Rollemberg. Em julho de 2016, 65% da população não aprovava o governador. O descontentamento cresceu moderadamente até abril deste ano, alcançando 72% dos brasilienses. Pois bem, em junho o percentual de descrentes com o chefe do Executivo salta bruscamente para 87%. Somente 9% da população aprovam o líder do governo. Em termos absolutos, isso significa que em uma reunião com 100 pessoas, o governador só é bem avaliado por nove participantes.

Saiba mais

  • Na avaliação do pesquisador Marcus Caldas, apenas uma mudança radical do governo, alinhada com as expectativas da população, pode pavimentar a reeleição de Rollemberg. Por enquanto, os indicadores apontam que o governador tem fôlego para o primeiro turno eleitoral, mas não para o segundo.
  • Para Caldas, a baixa rejeição será um dos fatores determinantes para a construção das chapas majoritárias que deverão concorrer eventualmente com Rollemberg em 2018. Até o momento, o pesquisador não observa a construção de novos nomes “outsiders” para a disputa do GDF.
  • Segundo a pesquisa, as regiões administrativas onde o governador tem maior aprovação são Vicente Pires, Riacho Fundo I, Guará, Jardim Botânico e Brazlândia, com taxas de 20%, 16,7%, 15,4%, 14,3% e 12,5%, respectivamente.
  • Procurado pelo JBr., o governo Rollemberg não quis comentar a pesquisa.

A avaliação geral do autointitulado “Governo de Brasília” também desce ladeira abaixo. Para 58%, a administração tinha um desempenho negativo em julho do ano passado. Era uma taxa relativamente confortável, do ponto de vista de uma gestão, apesar de preocupante.

Até abril deste ano, seguindo a mesma tendência da avaliação do governador, a parcela de descontentes subiu degraus até 67%. Neste mês, a desaprovação acelera e está no patamar de 76% da população.

A performance do governo Rollemberg é regular para 20% dos brasilienses. Apenas 4% da população avaliam a gestão como boa ou ótima. Na comparação com a série histórica de pesquisas de avaliação política no DF calculadas pelo Exata OP, trata-se do pior desempenho de uma administração. Nem mesmo o governo Agnelo Queiroz (PT), notoriamente reprovado pelos eleitores, inclusive nas urnas em 2014, teve números tão baixos. Nos piores momentos, a gestão Agnelo conseguiu receber as avaliações boa e ótima de 8% dos moradores da capital brasileira.

Sem sintonia com o povo

Na leitura do diretor do Exata OP, Marcus Caldas, os indicadores revelam o desencontro entre o projeto de agenda positiva da gestão Rollemberg e os anseios da população. “O governo não está bem sincronizado com as reais necessidades do povo”, reforça. O alto desemprego e a ausência de resultados expressivos na Saúde, Educação e Segurança atolam a avaliação do GDF.

“A situação do governo é complicada. Rollemberg não tem a simpatia do eleitorado. E vivemos um momento complexo no Brasil, em que a crise política nacional empurra toda classe política para a mesma vala”, completa o pesquisador.

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