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Brasília

Brasília defende o planejamento urbano a partir do envolvimento da população

Jornal de Brasília

20/01/2017 10h29

Atualmente um milhão de brasilienses vivem em terrenos não legalizados

Ao ser inaugurada, em abril de 1960, Brasília foi apresentada ao mundo como uma capital moderna, desenhada e projetada para sediar o poder em um País com sede de desenvolvimento e de protagonismo global. Passados 56 anos, a capital federal sofre, paradoxalmente, com o desrespeito ao planejamento urbano e os efeitos diretos e indiretos que este fenômeno produz.

O planejamento é absolutamente necessário para que a ocupação do território se dê de forma controlada, a partir da consideração das necessidades sociais, ambientais e estruturais da população. As invasões e a grilagem de terras públicas são as grandes inimigas do planejamento urbano no Distrito Federal, e provocam um impacto negativo na qualidade dos serviços públicos e na vida da população.

Em suas seis décadas de vida, Brasília teve o território ocupado – a chamada “mancha urbana” – aumentado em 15 vezes. Nenhuma outra cidade brasileira cresceu em ritmo igual. Apenas entre os anos 90 e 2000 o adensamento populacional duplicou. E com ele vieram as demandas sociais por serviços e infraestrutura. Cidades inteiras foram criadas por ação do governo local, como Samambaia, Recanto das Emas e São Sebastião. Mas concorreu para esta explosão populacional, também, o avanço das invasões e a ocupação ilegal de terras públicas, que geraram novos movimentos de pressão por regularização por parte do Estado.

As áreas passíveis de regularização em Brasília, por interesses específico ou social, só estarão totalmente adequadas a partir do momento em que a infraestrutura seja implantada. Isso significa implantar drenagem de águas pluviais, esgotamento sanitário, asfalto, calçamento, rede elétrica e uma série de outros itens relacionados à cidadania, como postos de saúde, escolas ou abrigos de ônibus, por exemplo. Obras muito mais difíceis e caras, quando não impossíveis de se implantar, caso não sejam feitas antes das obras de particulares.

A estimativa é que cerca de 1 milhão de pessoas vivam em terrenos ilegais no DF, o equivalente a um terço da população. O que se deve, em grande parte, ao que as autoridades locais classificam como “cultura da invasão”. Embora combatida pelos órgãos públicos de fiscalização, esta cultura se alimenta principalmente da desinformação. E as maiores vítimas são os próprios moradores destas localidades. Eles sofrem com problemas do dia a dia, como congestionamento, falta de transporte publico, acúmulo de lixo e outros.

Desinformação se combate com informação relevante. Para engajar as pessoas na causa do planejamento urbano, a Terracap (Agencia de Desenvolvimento do DF) decidiu mostrar como nossas escolhas definem a Brasília em que vivemos. Escolhas estas que se referem a comprar ou não um terreno ilegal. Este é o raciocínio que embasa a nova campanha publicitária da Terracap, que mostra as diferenças no cotidiano de uma mesma família vivendo duas situações distintas: em um lote legalizado, e em um não legalizado.

 

Fotos: Magneto Fotografia

Fotos: Magneto Fotografia

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