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Brasília

Brasília já é a terceira cidade mais rica do País, diz o IBGE

Arquivo Geral

16/12/2016 7h00

Atualizada 15/12/2016 21h58

Embora o setor seja pouco conhecido da população, o DF tem quase 400 mil hectares de exploração rural, e, nesse espaço, mais de 17 mil propriedades produzem. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Eric Zambon
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O Distrito Federal é a terceira cidade mais rica do País. De acordo com a Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Brasília tem um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 197 bilhões, menor apenas que Rio de Janeiro (R$ 299 bi) e São Paulo (R$ 628 bi). Nas três principais atividades econômicas, agropecuária, indústria e serviços, a capital ficou entre as dez mais produtivas. Os dados são referentes a 2014.

O economista Jorge Madeira Nogueira se espanta com a força do DF no setor agrário e industrial. “Não tenho conhecimento dessa participação toda, então eu teria bastante cuidado ao analisar esses dados”, faz a ressalva. Ele lembra, ainda, que o recorte temporal da pesquisa pode distorcer a realidade apresentada. “O grosso da nossa indústria é na construção civil. Em 2014 tivemos a Copa do Mundo e, antes disso, aconteceram todas as obras e construções. Com certeza hoje em dia o cenário é diferente”, exemplifica.

Saiba mais

  • No valor gerado pelo setor público, Brasília, assim como no demonstrativo de 2010, segue imbatível. A máquina pública é responsável por mais de um terço do PIB local e por 1,4% do PIB brasileiro. Curiosamente, o estudo não apresenta os valores brutos desse critério.
  • A título de comparação, o setor público de São Paulo representa apenas 6% do PIB da cidade e do Rio de Janeiro, 13,5%.
  • Depois de São Paulo, Rio e Brasília, as cidades de maior PIB são Belo Horizone-MG ( R$ 87 bi), Curitiba-PR (R$ 78 bi), Manaus-AM (R$ 67 bi) e Porto Alegre-RS (R$ 63 bi). Osasco-SP (R$ 58 bi), Campos dos Goytacazes-RJ (R$ 58 bi) e Campinas-SP (R$ 57 bi) completam o Top 10.

O economista, contudo, endossa o resultado da capital no setor de serviços. Nesse critério, o IBGE aponta que o valor adicionado bruto desse setor é de R$ 85 bilhões, a terceira maior participação no PIB de serviços do País. Nogueira destaca que Brasília apresenta uma particularidade em relação a outros polos regionais.

“Nosso setor privado emprega muita gente, mas elas trabalham, na verdade, no setor público. É o pessoal de segurança, limpeza, etc. Então somos fortes em serviços, mas ligado direta ou indiretamente à atividade de administração pública distrital e federal”, aponta.

Para o secretário adjunto de Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri), Sebastião Márcio Lopes de Andrade, não existe surpresa no desempenho agropecuário da capital. “A população não conhece a Brasília rural. Temos quase 400 mil hectares de exploração rural. Nesse espaço, temos cerca de 17 mil propriedades”, esclarece.

Conforme os dados do IBGE, Brasília faz parte de uma das 17 cidades que agregam 5% ao PIB agropecuário do País. A publicação afirma que, em 2014, o DF produziu R$ 770 milhões, mas o secretário discorda. “O valor bruto da nossa produção já foi de R$ 1,8 bilhão e esse ano deve estar em R$ 1,5 bilhão. Tem que ver o que eles consideram para fazer o cálculo”, explica.

Apesar da diferença nas contas do IBGE e da Seagri, ambos concordam que a cidade tem força no setor. No estudo, a produção de milho é destacada, mas Andrade vai além. “Nossas folhosas abastecem quase toda a cidade. Somos excelentes na produção de maracujá, goiaba, morango e limão. Somos o maior polo de produção de pimentão verde do país”, enaltece.

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