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Brasília

Brasília Capital Moto Week espera receber mais de 680 mil pessoas

Arquivo Geral

20/07/2018 7h00

Rayra Paiva Franco/Jornal de Brasília.

Rafaella Panceri
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Maior encontro de motociclistas da América Latina, o Brasília Capital Moto Week fica na cidade até 28 de julho. Pela área equivalente a 25 Maracanãs, no Parque de Exposições da Granja do Torto, devem passar até 680 mil pessoas, 300 mil motos e 1,7 mil motoclubes do Brasil e do mundo.

O evento deve movimentar mais de R$ 55 milhões na economia do Distrito Federal. Nesta edição, as “garupas”, acompanhantes dos motociclistas, pagam de R$ 10 a R$ 30 para entrar. Segundo a organização, isso evita clandestinidade. “Em 2017, não era pago e virou quase um serviço de mototáxi para dentro do encontro”, lembra a organizadora Juliana Jacinto.

Figura lendária

Nessa quinta-feira, primeiro dia de evento, motociclistas terminavam de montar as barracas e a produção fazia ajustes na estrutura, que recebe shows musicais, tem praça de alimentação e área de compras. No espaço de camping, cada motoclube montou uma estrutura própria, com a cara do grupo. Os dormitórios chamam a atenção dos visitantes e convidam para um bom papo.

O aposentado Arnildo Barbosa Lins, 69, morador de São Leopoldo (RS), está viajando com a mulher desde maio. “Vamos de evento em evento, vendo os amigos”, conta. Conhecido como Brucutu do Triciclo, ele coleciona adesivos, broches de plástico e bordados com a bandeira de clubes de diversos estados. Tudo fica pregado nas roupas — um dos coletes pesa 22 kg.

Brucutu viaja o País com o triciclo há 25 anos. “Ando desde os 14. Vendi limão e laranja para comprar minha primeira moto. Nem me lembro de quantas já tive”, confessa. O encontro de 2011 foi o mais marcante. “Aqui você encontra a nata e a essência do motociclismo brasileiro”, define.

O apelido é antigo. “Quando jovem, lia gibis do Brucutu [personagem de quadrinhos] e me espelhava nele. Roberto Carlos também fez uma música que escuto até hoje, quando estou rodando”, cita. Após de décadas de estrada, começa a “decadência”, diz. Brucutu sente dores ao pilotar por longas distâncias. Por isso, o triciclo veio a Brasília rebocado em um trailer com cama e cozinha simples. “Mais confortável e diminui custo com hospedagem”, avalia. “Só paro de pilotar quando Deus mandar”.

Moto, amor e religião

Para os motociclistas do Adventist Motorcycle Ministry (AMM), Jesus é tão protagonista do evento quanto as motocicletas. Com integrantes de 13 países, o grupo reúne apaixonados pelos veículos e adiciona “propósito” ao hobby, afirma o secretário regional de Goiás, Leonardo Barcellos. Eles vão entregar 5 mil livros aos participantes em 2018, mas sem insistência. “Muitas pessoas aqui bebem e fumam. Fazem mal para si próprias. Queremos mostrar uma alternativa. Os colegas são receptivos. “ Primeiro a gente se entrosa, vira amigo. Depois dá o livro de presente”, conta.

O casal Paulo Paviani, 56, corretor de imóveis, e Maria Negrini, 56, professora, forma um moto casal de Gravataí (RS). “Já queríamos vir para o evento há cinco anos, mas nunca dava certo. Tiramos férias, montamos um roteiro e estamos viajando só nós dois”, conta Paviani. A paixão pelas motos reforça o amor entre o casal. “A moto nos uniu e nos tornou parceiros”, diz.

Paulo Paviani ao lado da esposa Maria Negrini. Foto: Rayra Paiva Franco/Jornal de Brasília.

Saiba Mais

Capital Inicial, Titãs, Scalene, Raimundos e outras 48 atrações musicais se apresentam no palco principal durante o evento.

Outros destaques são um globo da morte e bares temáticos. Mulheres e crianças têm espaços exclusivos: Lady Bikers e Moto kids.

Visitantes sem motocicleta pagam R$ 50 a inteira e R$ 25 a meia (com 1 kg de alimento ou lixo eletrônico doado). Portadores de deficiência também pagam meia. A entrada de “garupas” é livre até as 18h.

 

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