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Brasília

“Bloco dos Trabalhadores” também sai às ruas no Carnaval brasiliense

Arquivo Geral

13/02/2018 7h00

Atualizada 12/02/2018 23h53

Foto: Myke Sena

João Paulo Mariano
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No Carnaval de Brasília, os bloquinhos fazem sucesso. É música, agitação e pegação. E tem até um bloco que, mesmo não fazendo tanto estardalhaço, é importante para que a festa seja organizada e animada: o dos trabalhadores. Milhares de pessoas fazem parte dele, desde policiais a ambulantes, passando por jornalistas, motoristas e garis. Todo mundo corre atrás para cumprir com as suas obrigações ou tenta fazer um dinheirinho “extra”.

Há seis anos, Marcos Lino, de 51 anos, faz parte deste bloco e bate o ponto no Galinho de Brasília. A obrigação dele é levar algo importante para a festa: a música. Ele é motorista de um dos trios elétricos que animam a tarde dos foliões. O homem nem se incomoda com a música alta no caminhão adaptado e diz que não tem inveja de quem aproveita o Carnaval.

“Eu já me acostumei. Minha família também não se incomoda”, afirma Marcos Lino. Para ele, não dá para ficar sem trabalhar, mesmo nesse período de folga. “Tem que tirar mais uma grana”, brinca.

Enquanto Marcos leva o som da festa, o ambulante Fernando dos Santos, de 35 anos, dá um “incentivo” a mais para a galera se divertir. É o segundo ano em que ele trabalha no Carnaval candango como ambulante autorizado.

Fernando vende quase tudo que um folião possa querer em meio aos blocos: bebida alcóolica, água, balinhas, chicletes e cigarro. Mas, o sorriso é entregue ao cliente de graça. O vendedor faz questão de trabalhar fantasiado com a roupa e a peruca da esposa. O ambulante assegura que as vendas foram boas, mas não revela quanto ganhou nesses dias de folia.

Quem também estava tentando arrecadar dinheiro neste penúltimo dia de Carnaval era o casal Bárbara Bastos, de 20 anos, e Igor Matheus, de 20. A estudante e o militar estão noivos há nove meses e pretendem se casar no ano que vem.

Para isso, levaram uma caixa de isopor cheia de cervejas, refrigerantes, água e a esperança de arrecadar o máximo possível para fazer o casamento. Eles estão em uma maratona: são dois blocos por dia para tentar render o lucro e selar a união diante do altar.

Sujeira

Contudo, se tem gente que leva música e vende o necessário para o folião aproveitar o dia, tem aqueles que precisam cuidar do caminho de quem aproveita a festa. E olha que não é pouca sujeira. Apenas nos dois primeiros dias de folia, sábado e domingo, foram mais de 17 mil sacos de lixo, em um total de 42.647 kg. Nos dois dias, mais de mil garis do serviço de limpeza.

Foto: Myke Sena

Na avaliação de um deles, Jaci Jorge Bezerra, de 41 anos, o brasiliense precisa se educar, pois ainda não deposita o lixo no lugar certo. “Tem muita sujeira. Em especial, garrafas de vidro e de plástico. Nem adianta ter lixeira perto. São poucos os que entregam para a gente ou jogam no lugar certo”, afirma o homem, que trabalha como gari há um mês. Ele não se importa de estar de plantão em todos os dias do Carnaval e gosta de ver a galera animada. É o jeito dele aproveitar a folia: ajudando a melhorar o espaço que, depois do bloco passar, tem que ficar limpo novamente.

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