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Brasília

Bilhetes de transporte público serão vinculados ao CPF até agosto

Arquivo Geral

14/06/2017 7h00

Atualizada 13/06/2017 22h19

Foto: Breno Esaki

Jéssica Antunes
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Todos os cartões de bilhetagem automática do transporte público do Distrito Federal serão vinculados ao CPF do usuário até agosto. A troca, que promete aumentar segurança ao reduzir fraudes, já começou nos postos de atendimento e tem causado dúvidas de passageiros e confusões provocadas pelos fraudadores flagrados diariamente trocando acessos por dinheiro nos terminais rodoviários. A mudança é gratuita e faz parte da implementação do Sistema de Bilhete Único na capital.

Em 1º de agosto, serão bloqueados todos os cartões chamados de bilhete único que foram vendidos até 2015 – como aqueles do BRT, oferecidos pelos próprios cobradores no início do funcionamento – e os mais antigos da época da Fácil. No lugar deles, passará a funcionar o Cartão Cidadão vinculado com o documento do usuário. “Isso possibilitará rastreabilidade. A vantagem é que, se alguém perder, quebrar, furtar, os créditos podem ser recuperados. Se for feita alguma fraude, será possível identificar o dono e responsabilizar o culpado”, explica Léo Carlos Cruz, diretor-geral do DFTrans.

Fraudadores

Na sexta-feira, funcionários do posto de atendimento da Rodoviária do Plano Piloto foram ameaçados por pessoas que vendem os acessos dos cartões no terminal. Segundo apurou a reportagem, os estelionatários intimidaram os atendentes quando foram impedidos de recarregar o cartão.

“Tivemos que pedir apoio da Polícia no fim do expediente para que os funcionários saíssem em segurança”, informou o diretor do DFTrans. Essa reação, contou, tem acontecido sempre com pessoas que usam irregularmente o cartão. “Estamos afetando a fonte. Quem vive desse tipo de negociação ilegal terá esse comportamento”, diz.

Os suspeitos abordam os passageiros antes da catraca que dá acesso ao BRT ou na fila dos ônibus e oferecem passar o cartão por um valor inferior à tarifa. Além de colocarem o dinheiro no bolso, os fraudadores continuam com o cartão e repetem o processo inúmeras vezes.

Alteração feita na próxima recarga

“O usuário não precisa correr para fazer a troca. Quando for fazer a recarga nos três postos do BRT, na Galeria dos Estados, na Rodoviária do Plano Piloto, em Sobradinho ou em Taguatinga, a pessoa saberá se a mudança será necessária. Se possuir algum cartão vinculado a CPF, é preciso levá-lo para fazer a transferência de valores. Se não possuir, a confecção acontece gratuitamente e na hora”, explica Léo Carlos.

Uma tarifa só é cobrada se o sistema identificar algum vínculo ativo com CPF. Se o passageiro tiver perdido o cartão, ele terá de pagar R$ 17,50 por uma segunda via.

A divulgação da mudança ocorre com alguns cartazes. Nas filas, funcionários fazem uma triagem com orientação.

Apesar disso, não é difícil encontrar usuários perdidos. “Eu não sabia que isso estava acontecendo e acabei perdendo um tempo”, relatou o vendedor Paulo de Souza, 31 anos.

Até ontem, ele carregava o bilhete único para garantir a integração, já que pega quatro ônibus diariamente. Ele teve que esperar em duas filas até resolver a situação; No guichê, apresentou documentos, preencheu e assinou fichas, e saiu com o novo cartão carregado.

A dona de casa Maria Eunice, 49 anos, não teve a mesma sorte. Na semana passada, ficou 40 minutos na fila para recarregar o cartão e soube que o processo estava impedido. “Desisti de pegar a outra fila, que demora muito mais”, disse.

Na segunda tentativa, ela saiu revoltada. A atendente informou que ela tinha um CPF cadastrado no sistema desde 2007. “Comprei o cartão do cobrador do BRT quando ele deixou de receber dinheiro. Nunca tive outro”, sustentou. Apesar disso, ela foi encaminhada a uma nova empreitada, agora no posto da Galeria dos Estados. “É um absurdo”, disse.

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