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Brasília

Autuado por associação para o tráfico, médico levava uma vida luxuosa

Arquivo Geral

17/08/2017 7h00

Atualizada 16/08/2017 21h35

Foto: Reprodução/Instagram

Matheus Venzi
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Uma vida de luxo, carros importados e festas. Segundo a polícia, esse era o cotidiano do médico Maikow Araújo, 36 anos, preso pela Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) da Polícia Civil, após o cumprimento do mandado de prisão preventiva por associação para o tráfico de drogas. Ele estava foragido desde o mês passado. Para prendê-lo, os policiais tiveram que se passar por pacientes e marcar uma consulta. Ele atendia como endocrinologista sem obter a especialização.

O delegado da Cord, Leonardo de Castro, explica que Maikow tinha um consultório em Brasília e outro em Goiânia. O preço da consulta chegava a R$ 600. “Os clientes dele eram pessoas que tinham dinheiro, da alta classe. Até por isso não dá para dizer que os bens dele eram provenientes do tráfico, já que era bem remunerado”, explica. O médico dirigia veículos importados, conhecia pessoas da alta sociedade e frequentava festas badaladas. Não era possível perceber o envolvimento dele com criminosos.

Por conhecer pessoas das duas capitais, Maikow acabou intermediando negociações entre os traficantes das duas cidades. “Ele possuía uma amizade antiga com alguns dos suspeitos. Ele negociava o preço e o modo de entrega com traficantes de Goiânia e passava as informações para traficantes da Asa Norte e Águas Claras”, comenta o delegado. As drogas variavam entre maconha e cocaína.

Saiba mais

  • As investigações só conseguiram chegar até Maykow por causa da Operação Finish, deflagrada pela Cord há cerca de três meses. A operação apreendeu 75 kg de maconha, armas, munições, três veículos e balanças de precisão. Quatro pessoas foram presas. Os policiais conseguiram identificar relações entre o médico e alguns dos traficantes presos.

Por causa disso, o médico recebia uma comissão. Em duas ocasiões a polícia identificou que ele recebeu R$ 3 mil e R$ 1 mil por transações de cocaína concretizadas. As investigações também apuraram que Maikow chegou a receber a entorpecentes de uma “mula” e entregou a um traficante do DF.

Emboscada dentro do consultório

O mandado de prisão preventiva foi expedido em meados de julho. O suspeito teria ficado sabendo por meio do advogado e desapareceu. Por isso, os policiais decidiram marcar a consulta. Nas primeiras vezes, ele cancelou o compromisso em cima da hora, mas, na terça-feira passada, compareceu ao consultório. Maikow recebeu voz de prisão durante um atendimento.

Os policiais encontraram roupas e itens de higiene pessoal no carro de Maikow, o que indicaria que ele estava dormindo em lugares diferentes. Apesar de ter ficado nervoso, ele declarou ser apenas usuário. Mas confirmou que conhecia alguns dos traficantes e justificou que eram amigos de longa data.

O médico se formou em de Paracatu (MG), além de possuir formação em Farmácia no DF. No entanto, Maikow não tem especialização em endocrinologia. O crime de associação ao tráfico de drogas e prevê pena de 3 a 10 anos de prisão.

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