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Brasília

Ato contra Bolsonaro reúne 7 mil manifestantes na área central de Brasília

Arquivo Geral

29/09/2018 16h13

Foto: Kleber Lima/Jornal de Brasília

João Paulo Mariano
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Foram cerca de sete mil mulheres, homens e crianças gritando e cantando #EleNão em Brasília, nesta tarde de sábado (29). A estimativa de público é da Polícia Militar do DF. Esta é uma das manifestações que ocorreram desde o início da manhã, em todo o país, contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL). O ato é organizado pelo movimento Mulheres contra Bolsonaro, que contabilizou 30 mil pessoas.

O grupo se concentrou no gramado da parte inferior da Rodoviária do Plano Piloto, por volta das 15h, e marchou em direção à Torre de TV. Nessa subida, o trânsito ficou um pouco complicado porque quatro faixas da via S1 do Eixo Monumental foram ocupadas pelos manifestantes. Duas ficaram livres para os carros praticamente todo o tempo. Alguns dos carros que passavam pelo local buzinavam em apoio aos participantes.

Quando chegaram ao estacionamento entre a Torre de TV e a Funarte, houve música, batuque e muitos discursos. Candidatas de vários partidos e movimentos sociais se intercalaram no microfone. Depois das falas no carro de som, as pessoas continuaram reunidas na região até o momento de dispersão.

Manifestação pacífica

Segundo a Polícia Militar, a manifestação foi pacífica durante todo o tempo. O único caso registrado foi apenas um foco de incêndio em madeiras que estavam estocadas próximo a uma parada de ônibus no Eixo Monumental. Não se sabe quem começou o incêndio. Porém, nem isso, muito menos o sol forte e a umidade baixa, atrapalhou o pessoal que queria protestar.

Isso também foi demonstrado pela presença de várias famílias. A engenheira Maria Silva, 50, fez questão de levar as filhas. Para ela, as mulheres são a maioria da população e precisam ter voz. Além disso, acredita que o momento de eleição é apenas um catalizador para a luta feminina. Ela levou Pietra, de oito anos, para mostrar que é possível dizer o que pensa sem violência.

A engenheira também comenta que essa não é uma luta contra os homens, mas sim contra a “violência” e a anti-democracia representadas, em sua visão, no candidato do PSL. Uma de suas filhas, a Juliana Rossi, 16, participa da manifestação mesmo não tendo tirado o título de eleitor. “Essa é uma maneira de fazer algo contra alguém que representa retrocesso. Não se pode ficar parada”, alerta a jovem.

As duas gerações da família Martins também participam do evento. A empresária Vanessa Martins, 45, foi com a filha, a estudante Isabela Martins, 22, por perceber que precisava se impor contra os discursos de um candidato que “atenta contra a democracia”. “Eu sou patriota e vou contra tudo o que ele fala”, afirma.

Isabela complementa que Bolsonaro é “ruim para a sociedade porque dissemina preconceitos contra mulheres e homossexuais”.

 

Fotos: Kleber Lima/Jornal de Brasília

Manifestações por todo o Brasil

A campanha #EleNão foi criada dentro de um grupo no Facebook que reúne 3,8 milhões de mulheres. O movimento organiza protestos em cerca de 100 cidades do Brasil, além de vários países como Argentina, Estados Unidos, Alemanha, Portugal, Austrália, Canadá e Inglaterra, entre outros.

Segundo a organização do protesto, os atos têm o objetivo de alertar a população sobre as ideias de Bolsonaro, consideradas pelos participantes como “fascistas e machistas”. Deputado federal por sete mandatos, o capitão da reserva é líder nas pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno.

 

Candidato tem alta hospitalar

Bolsonaro teve alta na manhã deste sábado e deixou o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado desde o dia 7 de setembro. Ele havia sido esfaqueado no dia 6, durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG).

Segundo a Polícia Federal, o autor do atentado, Adélio Bispo de Souza, agiu sozinho e ameaçou de morte o candidato cinco dias antes, por meio de uma mensagem em uma rede social. A postagem do dia 1º de setembro foi localizada pela PF em uma página dedicada ao candidato do PSL.

Meses antes, segundo a PF, Bispo tentou adquirir uma arma de fogo, mas teria desistido diante das dificuldades previstas na legislação brasileira. O algoz do presidenciável foi indiciado por crime previsto na Lei de Segurança Nacional, que prevê pena de seis a 20 anos de reclusão.

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