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Brasília

Assessor parlamentar é preso em operação contra tráfico de armas no DF

Arquivo Geral

23/03/2018 21h05

Fernando César Costa, coordenador da Cecor, durante coletiva nesta sexta. Foto: João Stangherlin

Ana Clara Arantes
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Entre as 25 pessoas presas na Operação Shooter, por suspeita de envolvimento no tráfico de armas no DF, está o assessor parlamentar do deputado federal José Otávio Germano (PP-RS). Identificado como Robson Pereira da Rocha Silva, o funcionário da Câmara dos Deputados foi preso por ter seu nome citado por um dos investigados. Segundo a Polícia Civil, ele já teria vendido uma arma de forma ilegal. Hoje, uma outra arma de fogo foi encontrada na casa dele, durante a operação. Robson prestou depoimento na delegacia e permanece preso temporariamente.

O advogado Amaury Santos de Andrade afirmou que a arma encontrada é registrada e serve como proteção. A defesa garantiu que o funcionário da Câmara dos Deputados não tem envolvimento com o grupo criminoso. “Meu cliente não é uma pessoa perigosa e não apresenta nenhuma ameaça”, disse Amaury. Em nota, o José Otávio Germano afirmou que confia no assessor e que tudo deverá ser esclarecido.

Militares do Exército alvos da operação

Segundo a Polícia Civil, também estão envolvidos no esquema cinco militares das Forças Armadas: um em atividade, um da reserva e três ex-militares. Um dos supostos líderes, Mauro de Souza Ferreira, é ex-militar e se apresentava como sendo do Exército ao negociar as armas.

Segundo Adriano Valente, diretor da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco), Mauro intermediava as negociações entre colecionadores de armas e criminosos. “Ele fazia parte dos dois mundos. Conhecia quem vendia e quem comprava”, relata.

Em pouco mais de um mês, pelo menos 40 armas teriam sido movimentadas pela quadrilha. Hoje, foram apreendidas 14 armas. “Conseguimos retirar sete das ruas, sendo cinco pistolas, um revólver e uma espingarda”, contabiliza Fernando César Costa, coordenador da Coordenação Especial de repressão à corrupção, ao crime organizado, aos crimes contra a Administração Pública e aos crimes contra a Ordem Tributária (Cecor). As armas encontradas são de alto poder lesivo e grande parte são de uso restrito das forças Armadas e policiais.

A operação, deflagrada nesta sexta-feira (23), mobilizou 180 policiais e teve início há aproximadamente 40 dias, quando investigadores da Polícia Civil do DF perceberam o uso de armas restritas por parte de criminosos. A organização criminosa é composta por três núcleos: o núcleo composto por militares, núcleo de colecionadores de armas e o núcleo composto por criminosos. Neste último, todos possuem antecedentes criminais, inclusive um deles possui um mandado de prisão em aberto pelo crime de extorsão mediante sequestro.

Operação Paiol

Há duas semanas, o ex-militar Pedro Henrique Santana foi preso apontado como líder de uma organização criminosa especializada no tráfico de armas no DF. Ele era responsável por repassar as mercadorias para outros criminosos. As armas, munições e explosivos eram usados pelos bandidos em assassinatos, latrocínios, roubos e tráfico de drogas. Pedro e outras 16 pessoas foram presas durante a Operação Paiol.

Foram identificados pelo menos 30 compradores. A suspeita é que Pedro conseguia os itens com colegas do Exército. Todas as armas, munições e explosivos eram armazenadas em comércios que serviam como uma espécie de ‘paiol’ para as mercadorias. Uma barbearia, uma distribuidora e uma loja de celulares estariam envolvidas no esquema.

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