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Brasília

Assassino de Jessika Laynara vai a júri popular em abril

Arquivo Geral

19/02/2019 9h38

Jessyka (à direita) foi morta pelo ex-namorado, Ronan Menezes (à esquerda) Foto: Reprodução

Jéssica Antunes
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A Justiça do Distrito Federal marcou data para a sessão de julgamento de Ronan Menezes do Rego. O policial militar será julgado pelo Tribunal do Júri de Ceilândia no dia 29 de abril, quase um ano após os crimes. Em maio de 2018, ele matou a tiros a ex-namorada Jessyka Laynara por não aceitar o fim do relacionamento. Depois, tentou tirar a vida de Pedro Henrique Torres, instrutor de academia. A família da vítima comemora a rapidez do processo e espera “resultado justo”.

Imagens foram solicitadas para tentar elucidar o que aconteceu naquele dia. Jéssyka morreu em casa, na frente da família com cinco disparos de arma de fogo funcional de Ronan. Ele não aceitava o término do relacionamento Após matar a ex-namorada, de 25 anos, o soldado foi até a academia e atirou no professor de educação física Pedro Henrique Torres, de 29 anos, que foi socorrido e sobreviveu ao ataque.

Dias antes de ser morta, a vítima compartilhou com uma amiga fotos de hematomas, resultado de agressões feitas pelo PM. Ela não pretendia denunciá-lo. Em áudio, a jovem relatou que Ronan a procurava sempre. “Todos os dias ele fala comigo, me pressionando, dizendo que quer voltar. Ele sabia que ontem era dia de ir para a igreja, então ele foi até a casa da minha avó e disse que iria me acompanhar. Não pude falar nada, pois a minha avó não sabe, a minha família não sabe”.

A família da vítima comemora a celeridade do caso. “Não vamos falar que estamos felizes porque não há condições, mas não esperávamos que o Tribunal do Juri ocorresse tão rápido”, diz Letícia Gomes, 28 anos, prima de Jéssyka. “Sabemos que a Justiça é falha, então ainda temos medo de não ser da forma que a gente quer. Queremos que seja justo. Nada vai trazer ela de volta”, afirma. “A lição que fica é não confiar nas pessoas. A gente não conseguiu enxergar o que ela estava passando”, lamenta-se.

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O Jornal de Brasília não conseguiu contato com a defesa do acusado. Soldado do Grupo Tático Operacional (Gtop) do 10º Batalhão de Polícia Militar de Ceilândia, ele continua como servidor ativo da corporação. Conforme o Portal da Transparência, de dentro da cadeia, Ronan Menezes do Rego recebeu, em salário integral e benefícios, R$ 43,97 mil. A expulsão já foi solicitada pela corregedoria da corporação, mas ainda não teve conclusão.

Como funciona o juri popular
Segundo o Conselho Nacional de Justiça, o Tribunal do Júri foi instituído no Brasil desde 1822 e está previsto na Constituição Federal. Neste tipo de julgamento, jurados são sorteados para compor o conselho de sentença e eles devem declarar se o crime aconteceu e se o réu é culpado ou inocente. O magistrado decide conforme a vontade popular, lê a sentença e fixa a pena, em caso de condenação.

A cada processo, são sorteados 25 cidadãos que devem comparecer ao julgamento. Na hora, porém, apenas sete são escolhidos para compor o conselho de sentença que irá definir a responsabilidade do acusado pelo crime. No fim da sessão, jurados, escrivão, promotor de justiça e defensor vão para uma sala secreta, onde votam. A sentença é dada pela maioria.

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