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Brasília

Após série de acidentes, moradores pedem melhorias na DF-451

Arquivo Geral

28/09/2016 7h00

Acidente fatal mais recente ocorreu no último dia 18, quando duas crianças morreram. Foto: Kléber Lima

Ana Lúcia Ferreira
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Cansados dos constantes acidentes na DF-451, que liga Ceilândia a Brazlândia, usuários da rodovia pedem melhorias. Na manhã ontem, parte dos moradores se reuniu para discutir possíveis soluções para a área, batizada por eles de “pista da morte” – já são sete óbitos desde o início do ano. Um protesto está previsto para ocorrer nesta manhã.

“Os acidentes são constantes. E nós temos que nos preocupar, porque parece que o governo não liga”, afirmou Ronaldo Lopes Matias, 35 anos. O porteiro mora em Ceilândia e faz uso da via aos fins de semana. “Sou ciclista e faço meus treinos na pista. Também costumo passar por ali para ir à chácara da família. Não é difícil ver acidentes. A ausência de fiscalização contribui para a irresponsabilidade dos condutores, que só andam acima da velocidade permitida”, disse.

Saiba mais

  • O DER aponta que os acidentes mais graves ocorrem em um trecho pontual, muitas vezes pela imprudência dos motoristas. E que, devido a tal situação, o órgão, em parceria com o Batalhão de Policiamento Rodoviário (BPRv), intensificará a fiscalização por meio de blitz nos períodos noturnos e fins de semana.
  • Os moradores marcaram um ato para esta manhã, no Incra 7, às margens da ponte que fica na via. A intenção é chamar atenção das autoridades para os cuidados necessários ao local.

A via é de mão dupla e tem como velocidade máxima permitida 80 Km/h. Entretanto, os relatos de irregularidades são constantes. “Raro é ver alguém andar no limite”, ressaltou Ronaldo. Ausência de pardal, barreira eletrônica, acostamento e calçadas faz parte das cobranças. “Às vezes, vejo uma ou outra equipe policial no local, mas o monitoramento não é constante”, aponta.

Sem acostamento

E a lista de questionamentos não para por aí. Para o empresário Marcelo Faria Lelis, a duplicação da pista é mais que uma necessidade. “Não tem por que não duplicar uma via como essa, por onde passam tantos carros. Não temos segurança de nenhuma forma. Sem acostamento, não há como parar o carro nem para a troca de um pneu, caso seja necessário. Caminhar na pista, então, é impossível: ou vamos pelo meio do mato ou no meio dos carros”, aponta.

Outro ponto bastante lembrando por quem transita pela região é a combinação de bebida alcoólica com direção. Para o comerciante Rodrigo Martins, morador do Incra 7, muitos condutores consomem álcool cientes da falha na fiscalização.

“Aqui é um setor de muitas chácaras e casas de festas. A pista ainda serve como atalho para chegar em Brazlândia. São constantes os acidentes envolvendo jovens. E, como não temos nenhum tipo de monitoramento, o índice só aumenta”, acredita.

Ele avalia que, depois que a via foi pavimentada, a imprudência aumentou, na contramão da segurança proporcionada pelo asfalto. “Moro aqui há pelo menos 30 anos. Quando era estrada de chão, as pessoas tinham mais cuidado”, salientou.

“Tenho dificuldades até no meu trabalho. Como produzo mudas, seria mais fácil se pudesse vendê- las perto da minha propriedade, mas não é possível porque é muito difícil acessar o local onde moro. Por não ter faixa para desaceleração, o risco de acidente é muito alto”, concluiu.

De acordo com a estatística do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), sete pessoas perderam a vida na DF-451 desde o início do ano. No acidente de trânsito mais recente, que ocorreu no último dia 18, dois irmãos, de quatro e sete anos, morreram e o pai ficou ferido. O carro em que a família estava bateu em três veículos.

Pardais até novembro

Por meio da assessoria, o DER informou que está ciente da situação e que concorda que a alta velocidade “é responsável por causar acidentes fatais”. Ainda segundo o departamento, “uma equipe de trânsito esteve no local e iniciou estudos a fim de solucionar o problema”. O DER ressaltou que, no momento, “são verificadas as condições para a instalação de duas barreiras eletrônicas e pardais em pontos da via”. Até novembro as intervenções devem estar prontas.

No entanto, sobre a duplicação, também solicitada pela população, o DER informou que não existe nenhum projeto previsto.

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