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Brasília

Após crime, transeuntes reclamam da insegurança em Rodoviária do Entorno

Arquivo Geral

04/07/2018 19h05

Foto: Myke Sena/Jornal de Brasília

João Paulo Mariano
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Ambulantes e passageiros que circulam pela Rodoviária do Entorno, localizada no antigo Touring, reclamam da falta de policiamento. Segundo eles, apesar do grande movimento durante todo o dia, é raro ver policiais pelo terminal, que fica no centro da capital. As reclamações são de furtos, assaltos e até mesmo de tráfico de drogas. Nesta quarta-feira (4), uma disputa entre ambulantes provocou a morte de duas pessoas e deixou uma terceira ferida. Em meio à realização da perícia, o movimento continua com pessoas nas filas para pegar ônibus, curiosos e familiares que lamentam pela perda dos parentes.

O representante comercial Ronaldo Lucio, 35 anos, diz que quase todos os dias está ali e não percebe a presença de nenhum policial, apenas quando existe repressão por parte da Agência de Fiscalização (Agefis) aos ambulantes. “A gente reclama da insegurança na administração, mas nada é feito”, alega.

A diarista Francinete Noreto, 33 anos, utiliza a Rodoviária do Entorno duas vezes ao dia e também sente a insegurança. “Quando eu passo aqui é por volta das 6h. Acho ruim porque ainda está um pouco escuro. Eu nunca fui assaltada, mas fico com medo”, afirma a senhora, que pede mais policiamento na localidade.

Um ambulante, que preferiu não se identificar, diz que é comum o trafico de drogas na região, mesmo à luz do dia, e ninguém faz nada para evitar. Ele, que conhecia as vítimas do crime, garante que todos eram trabalhadores e estavam todos os dias na rodoviária.

Crime

A Polícia Militar afirmou que as vítimas e suspeitos se envolveram em uma briga na semana passada e que na ocasião, todos acabaram sendo levados para a 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) para averiguação. A discussão teria começado porque a suspeita, já identificada pela PM, teria ameaçado Maria Célia Rodrigues dos Santos. Em seguida, o marido da suspeita, também acusado de ter feito disparos, teve uma briga com Wellington – uma reverberação do desentendimento entre as mulheres.

Sem câmeras

A reportagem do Jornal de Brasília esteve no local e não viu nenhuma câmera na rodoviária, apesar de todas as denúncias de insegurança. Para o presidente da Associação dos Ambulantes de Brasília, Luiz Coutinho, o governo só reprime, mas não auxilia na regularização dos trabalhadores, que seriam 8 mil em todo o DF. Ele também reclama da falta de videomonitoramento.

Coutinho estava perto do local do crime no momento em que tudo ocorreu. Ele recrutava mais pessoas para a associação, com o objetivo de regularizar o pessoal. Foi quando ouviu quatro disparos e a correria.

Apesar da reclamação, a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social informa que existem 17 câmeras de videomonitoramento em funcionamento entre a rodoviária do Plano Piloto e o Touring, ou seja, que transmitem imagens para a central da pasta.

Versão Oficial

Em nota, a PMDF informou que a rodoviária conta com um posto de segurança 24 horas que oferece policiamento a pé, além do patrulhamento nas adjacências e Pontos de Demonstração (PDs). Estas equipes recebem apoio do GTOP e de outras especializadas e, juntas, fazem abordagens contantes. A corporação ressalta que a Rodoviária bate recordes de prisões de foragidos e de traficantes na capital: 370 pessoas foram presas/apreendidas só neste ano nas duas rodoviárias – do Entorno e do Plano Piloto.

 

 

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