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Brasília

Aliados de Izalci falam em Plano B

Arquivo Geral

11/07/2018 7h00

Atualizada 10/07/2018 21h15

Foto: Edilson Rodrigues/ Agência Senado

Francisco Dutra
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“É mais fácil manter um casamento durante 50 anos, do que uma aliança de seis meses”, desabafa o senador Cristovam Buarque (PPS). As constantes desventuras da Aliança Alternativa entre PPS, PSDB, PSD, PRB, PSC e outros partidos de perfil cristão alimentam o descontentamento do parlamentar, pré-candidato à reeleição. Sem um consenso, especialmente nas chapas para deputado federal, o PPS começa a estudar uma rota eleitoral alternativa.

“Vai resolver. O problema é administrar os descontentamentos. E saber se os descontentamentos vão gerar desistências ou não”, pondera Buarque. Na avaliação do senador, os pré-candidatos proporcionais novos e com menos votos não querem servir de escada para personagens com mandato e grande potencial de votação. “Sofremos a maldição dos pré-candidatos fortes”, resume.

O presidente regional do PPS, Francisco Andrade, analisa rotas de emergência, apesar da intenção de ainda manter o apoio ao grupo e ao pré-candidato ao Palácio do Buriti pela aliança, o deputado federal Izalci Lucas (PSDB). “Começamos a pensar em um plano B. Podemos ir para um novo projeto, talvez menos do que o atual, mas com definição clara”, afirma o dirigente.

Os pré-candidatos a federal novatos não querem formar chapa com o PRB, em função do deputado distrital da legenda, Julio Cesar. O parlamentar possui um fôlego eleitoral monumental na corrida por uma das oito cadeiras da Câmara dos Deputados.

Há também receio de composição com o PSD. Afinal o deputado federal Rogério Rosso (PSD) ainda não decidiu publicamente se tentará a reeleição ou se vai batalhar pelo Senado Federal. “Os pré-candidatos do PPS já definirão que não formarão um chapão. Não vamos entrar em coligações com outros nomes que tenham mais de 20 mil voto”, esclarece Marcelo Aguiar, postulante a federal do PPS.

Responsável e principal interessado pela aliança, Izalci considera natural a inquietação do PPS. “O Chico tem plano B. Eu também tenho. Mas nós vamos caminhar juntos. Temos e vamos acertar a proporcional. O publicação virá no momento certo. Nossa preocupação é fechar uma coisa consistente na hora certa. E mesmo depois das convenções ainda vamos ouvir especulações”, minimiza o tucano.

PDT tentará negociar com o PPS e o PSD

A insatisfação do PPS despertou o faro do PDT. Afinal, aos 46 minutos do segundo tempo, os trabalhistas lançaram o ex-distrital Peniel Pacheco para governador e reforçaram a pré-candidatura do presidente da Câmara Legislativa, deputado Joe Valle para o Senado. “É claro que interessa termos o PPS e o senador Cristovam conosco”, declara o presidente regional do PDT, Georges Michel.

Responsável pelas negociações do partido, o grupo político de Valle pretende negociar não apenas com o PPS, mas também com outras forças da coligação rival, como o PSD, por exemplo. Desde o ano passado, o parlamentar nunca escondeu o desejo de uma composição com Buarque e com o pré-candidato ao GDF, Jofran Frejat (PR). As pontes com Frejat cairam, mas ainda há travessia para o senador.

Entre as fileiras do PPS uma recomposição com o PDT depende de ações concretas. Em conversa reservada, correligionários não aceitam uma coligação onde os trabalhistas tenham duas vagas majoritárias, para governo e Senado.

As mudanças de posição do PDT ao longo dos últimos meses também pesam contra uma reaproximação. O vai e vem no lançamento da pré-candidatura do partido para o GDF é o principal exemplo.

Saiba Mais

Fontes dentro do PSD indicam que o partido tende a ficar com a aliança e que Rogério Rosso estaria inclinado ao Senado.

Rosso avisou que a chance de aliança com o PSB “é zero”.

Pedindo o anonimato, personagens no PRB alegam que a composição está travando nas negociações da chapa para deputado distrital.

A reportagem não conseguiu contato com o presidente do PRB, Wanderley Tavares.

Izalci ressalta que nenhuma chapa está fechada no DF.

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