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Brasília

Abandono aflige a cultura de Brasília

Arquivo Geral

12/10/2016 7h00

Atualizada 11/10/2016 21h56

Teatro Nacional fechado é o símbolo maior do descaso com o setor. Foto: Kleber Lima

Raphaella Sconetto
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Os espaços culturais de Brasília sofrem com o abandono. A área conta com um orçamento de R$ 159.806.621. Mas, mesmo com todo esse dinheiro, o Teatro Nacional, o Espaço Cultural Renato Russo e outros pontos estão fechados. Os que ainda estão de portas abertas sofrem com a precariedade. Enquanto isso, a cena cultural do DF está jogada ao léu, esperando que o governo faça algo.

Inaugurado em 1979, o Teatro Nacional Cláudio Santoro não recebe espetáculos desde 2014. Há dois anos, o espaço virou o palco principal dos dependentes químicos. “Vejo de tudo por aqui, de droga a sexo”, relata o vigilante Luiz Edson, de 51 anos. No local, não é difícil encontrar latinhas que são usadas para o consumo de crack.

Saiba mais

  • Outro espaço que sofre com a ausência do governo é o Museu de Arte de Brasília (MAB). Criado em 1985, o local reunia obras de arte moderna e contemporânea e está fechado desde 2007. Até o momento ainda não há nenhuma previsão de reabertura.
  • Além desses espaços, equipamentos culturais como o Centro de Dança, Memorial dos Povos Indígenas, Teatro Dulcina de Moraes e outros, estão sem receber os cuidados do governo.

O vigilante trabalha há três anos no local, no entanto, nunca viu nenhuma movimentação ou conversa sobre reforma. “Estou aqui para cuidar do patrimônio, para não quebrarem, não picharem, mas não resolve. Eles não têm nenhuma previsão para consertar”, comenta Edson.

Por estar localizado na área central de Brasília, o teatro chama a atenção dos turistas que passam por ali. O pernambucano Caio Monterazo, de 24 anos, deu de cara com as portas fechadas. “Vim caminhando aqui pelo centro de Brasília, vi o teatro e resolvi conhecer. Mas é uma pena estar interditado”, lamenta o turista.

A produtora Lucélia Freire, 31 anos, acredita que todos os consumidores de cultura perdem com o teatro fechado. “É o melhor localizado, onde poderia abrigar todas as companhias de teatro. Acaba que é um patrimônio cultural que não é oferecido à população”, conta.

Na falta de espaço, Lucélia alega que a saída é fazer apresentações em escolas. Mas ela não desanima: “A cultura não está abandonada. O que está abandonado é o lado estrutural, pois não temos espaço adequado”. Para ela, ainda há muito o que melhorar. “Falta uma educação cultural”, destaca.

Até esta publicação, a Secretaria de Cultura não respondeu aos questionamentos da reportagem.

Esperança para Espaço Renato Russo

O Espaço Cultural Renato Russo, interditado em 2013 pela Agência de Fiscalização (Agefis) e pelo Corpo de Bombeiro, está finalmente em reforma.
As obras começaram em 13 de setembro e a previsão de conclusão é somente em março de 2017.

Segundo o vigilante Whendell Monserrath, os operários estão trabalhando na reforma de segunda a sexta.

“Até o momento, eles estão quebrando o piso. Parece que agora estão esperando o telhado chegar para trocar”, afirma ele, que trabalha na vigilância do local.

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