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Brasília

Indígenas chegam à Praça da Cidadania para o Acampamento Terra Livre

Willian Matos

24/04/2019 20h11

Atualizada 25/04/2019 13h12

Acampamento Terra Livre

Foto: Vitor Mendonça/Jornal de Brasília

A 15ª edição do Acampamento Terra Livre começou hoje em Brasília e são esperadas as participações de cerca de quatro mil indígenas vindos de todo o país. Eles se concentram na Praça da Cidadania, entre o bloco J do Ministério da Economia e o Teatro Nacional. Segundo a organização, as programações se estenderão até sexta-feira. Os povos começaram a chegar às 4h30 da madrugada desta quarta-feira (24) e, inicialmente, se concentravam em frente ao Congresso Nacional.

Este ano, o ato tem como lema “Sangue indígena. Nas veias, a luta pela terra e pelo território”. Pelos cálculos da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), nas primeiras horas da manhã, já havia na Esplanada dos Ministérios cerca de 1,5 mil pessoas. Segundo os organizadores, a intenção esse ano era surpreender, e por isso não houve tanta divulgação.

As pautas giram em torno da demarcação de terras e que aldeias nessas áreas sejam reconhecidas como legítimas do espaço. Segundo Almerinda Ramos de Lima, do povo Tariama, diretora executiva da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro, no Amazonas, a anexação da Funai com o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos é um grande perigo às pautas dos povos indígenas no Brasil. Para ela, esse “é o momento que a gente faz nossas reivindicações dos nossos direitos. Tudo que foi conquistado em lutas anteriores a essas correm o risco de retroceder […] “Ajudamos a manejar a floresta e consequentemente o clima”, protesta.

Acampamento Terra Livre

“Ajudamos a manejar a floresta e consequentemente o clima”. Foto: Vitor Mendonça/Jornal de Brasília

Uma das representantes das reivindicações indígenas, Sônia Guajajara, que concorreu como vice de Guilherme Boulos à presidência em outubro, participa de forma ativa no movimento. Ela atacou de forma incisiva o governo Bolsonaro, acusando-o de fascista. “Os povos originários do Brasil estão de pé, não vamos nos render a ameaça de governo autoritário nenhum”, ressalta ao relembrar a autorização de Sérgio Moro para o uso da Força Nacional na Esplanada.

O Acampamento negou ser patrocinado com recursos públicos.

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