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Psicóloga explica os efeitos dos aplicativos de relacionamentos no cérebro e no comportamento de seus usuários

Arquivo Geral

07/04/2017 11h49

Divulgação

Ao longo do tempo a arte da paquera mudou muito. Foi-se a época em que a sedução passava pelos encontros nas praças e recadinhos estilo correio elegante. Com a modernidade e a revolução que a tecnologia trouxe para o cotidiano, encontrar o grande amor da vida pode estar na palma da mão, num simples clique.

Os mecanismos para se conhecer alguém têm evoluído a cada dia, dos recadinhos no Orkut às salas de bate-papo até chegar à moda atual, que são os aplicativos de paquera. Para quem deseja fazer novos amigos, flertar e até mesmo estabelecer um relacionamento mais sério, a lista de opções é imensa: Tinder, Happn, Adote um Cara, Badoo, entre outros. Todos funcionam basicamente da mesma forma, utilizam-se de geolocalização de celulares e tablets. É como um jogo, se você der like e o seu alvo também demonstrar interesse por você, abre-se uma janela para conversa e daí começam a se desenrolar os papos.

Para a psicóloga Lia Clerot, esse jogo faz bem pela ação dos neurotransmissores, já que na conquista entram em cena a dopamina e a ocitocina, hormônios responsáveis pela motivação, confiança e criação de laços afetivos. Mas até onde essas relações são reais e benéficas? A profissional explica que apesar de muita gente ter boa intenção ao entrar nesses aplicativos, é preciso ter cuidado com a “gamificação” da conquista.

“O que deve se levar em consideração nesses casos é justamente o fato de tornar tudo como um jogo. Quando você consegue a recompensa final, que é fazer com que o outro tenha o mesmo encantamento por você através de uma foto, o que automaticamente demonstra que fisicamente se atraíram, corre o risco da pessoa desistir do mais importante que é conhecer o outro na sua totalidade, além disso, esses mecanismos podem se tornar um vício, onde você sente prazer apenas em conquistar e conseguir mais um “crush”, mas não se esforça para manter a conquista e tão pouco em conhecer o outro de verdade, o que acaba tornando as relações efêmeras e vazias” diz.

É preciso levar em consideração, que além dos atributos físicos, os relacionamentos são feitos de interesses comuns e afinidades e que só é possível descobri-los com a convivência. “Acho que o mais importante a se ressaltar no uso desses aplicativos é que eles são apenas plataformas para aproximar as pessoas. Cada um deve fazer a sua parte e a partir daí ver se essa relação se desenvolve ou não, além disso, muita gente se esconde atrás dos perfis virtuais, não revelando os verdadeiros desejos e intenções, por isso é tão importante desenvolver essa relação além do virtual, afinal você pode estar se apaixonando por um ideal que você criou, mas que na vida real não existe e isso pode trazer muita frustração no futuro” declara Lia.

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