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Brasil

Pessoas com deficiência poderão comprar sapatos específicos em lojas online

Aline Rocha

25/04/2019 17h22

Da Redação com Agência Câmara
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A proposta que permite às pessoas com deficiência nos pés a comprar, pela internet, apenas um pé de calçado ou um par de números diferentes (PL 7246/14) foi aprovada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados.

Com a aprovação, lojas online passam a ser obrigadas a vender calçados de modelo e qualidade iguais aos vendidos para o público geral. As lojas, entretanto, não precisam ter modelos em estoque, já que são autorizadas a encomendar os produtos específicos às pessoas com deficiência dos fabricantes.

As fábricas terão até 90 dias para fazer as modificações dos estoques e linha de produção, para que seja possível ofertar os calçados diferenciados. Não cumprir a lei pode levar à penalidades, previstas no Código de Defesa do Consumidor, que vão de multa a interdição do estabelecimento.

Substitutivo

O texto aprovado na comissão é o substitutivo do deputado Joaquim Passarinho (PSD-PA) ao Projeto de Lei do deputado Pedro Uczai (PT-SC). O texto original é mais amplo e atinge toda a cadeia de produção de sapatos, incluindo as lojas físicas. Também exige equivalência no preço cobrado do público em geral e a venda, pela metade do preço, de apenas um pé do sapato.

Passarinho argumentou que o texto original iria impor demasiados custos às lojas e aos fabricantes, especificamente nas exigências relativas ao preço a ser cobrado. “Ao igualar o preço final dos produtos, mas mantendo-se uma estrutura de custos distinta, o projeto estaria retirando parcela da margem de lucro dos empresários, o que poderia ser interpretado como uma forma velada de tributação, não amparada pela Constituição Federal”, afirmou.

Segundo o relator, o lojista não tem condições de arcar com a venda diferenciada, já que a lógica do setor é a venda de pares. “Todos os demais elos da cadeia, inclusive os importadores, acabariam por acumular sapatos que não teriam utilidade, onerando seu capital de giro pelo aumento dos estoques”, afirmou.

A oferta de produtos distintos, avaliou Passarinho, só pode ser feita pelo fabricante. Por isso ele optou por tornar obrigatória a oferta distinta apenas por lojas online, que têm mais condições de vender produtos feitos sob encomenda.

Tramitação

A proposta tramita com caráter conclusivo e ainda será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

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