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Pedófilos no YouTube: veja como proteger seus filhos

Arquivo Geral

18/03/2019 14h50

Shutterstock

As caixas de comentários de alguns vídeos do YouTube infantil, em que apresentam crianças brincando na piscina, por exemplo, vem acompanhado de frases como “sexy”, “que corpo bonito” e “te quero”. As informações são de reportagem especial do UOL.

Ainda mais, uma marcação de tempo (timestamp) é realizada, levando para cenas específicas, que servem para “guiar” outros interessados a terem “acesso privilegiado” a algumas partes do vídeo. São trechos que mostram os corpos das crianças ou a peça íntima revelada sem querer.

No Brasil e em todo o mundo, uma rede de pedófilos vem usando a seção de comentários da maior e mais acessível plataforma de vídeos do mundo, e que conta com a ajuda involuntária –mas de peso– do algoritmo de recomendação de conteúdos.

#WakeupYouTube

Tudo começou em fevereiro de 2019, quando o youtuber americano Matt Watson, do canal “MattsWhatItIs”, divulgou provas de como a pedofilia acontece e é alimentada pelo algoritmo. Os comentários dos vídeos trazem links para pornografia infantil, sem que isso sequer seja notado pela plataforma.

O vídeo, com mais de 3 milhões de visualizações e 20 minutos de duração, mostra cenas comuns de crianças (inclusive brasileiras) acompanhada de comentários pedófilos e marcação de tempo. Ainda mais, alguns dos vídeos citados recebem publicidade automática e estão sendo monetizados pelo número de visualizações. Desde então, uma enxurrada de denúncias e manifestações (#WakeupYouTube) explodiu na plataforma.

Normas da plataforma

O YouTube proíbe a publicação de vídeos adultos e que menores de 13 anos usem a plataforma, seja como usuário ou como criador de conteúdo. Mas nada rígido. Conteúdos produzidos e postados pelas crianças (que criam perfis mentindo a idade), com ou sem autorização dos pais, existem por todos os lados.

A princípio, eles não costumam ser problemáticos. Porém, o resultado é outro quando as crianças desses vídeos se tornam vítimas de uma rede de exploração sexual infantil que se aproveita de brechas e que não está sendo parada de forma ágil.

Após a denúncia de Watson, o YouTube, que pertence ao Google, anunciou medidas tomadas de formas imediatas, como a eliminação de contas e canais e informado às autoridade e desabilitando comentários sobre dezenas de milhões de vídeos que incluem menores.

“Entendemos que os comentários são uma maneira importante de os criadores de conteúdo se conectarem com seus públicos-alvo, mas também sabemos que isso é a coisa certa a fazer para proteger a comunidade do YouTube”, diz a nota publicada pelo UOL.

É preciso uma filtragem melhor

A responsabilidade do YouTube é evidente, mas os especialistas dizem que este é um problema grande demais para deixar as soluções apenas nas mãos da plataforma. Ainda conforme o UOL, Carlos Affonso, Diretor de Tecnologia e Sociedade (ITS Rio), explica que, para caçar os conteúdos que possam induzir a disseminação de pornografia infantil, o YouTube deve aumentar o rigor dos seus mecanismos de filtragem.

Veja 6 dicas para proteger crianças

Para ajudar a proteger crianças e adolescentes, a influencer de maternidade Roberta Ferec separou algumas dicas importantes. Como mãe, ela decidiu estudar o impacto da tecnologia e a importância do equilíbrio digital, principalmente na vida de crianças. Confira o conteúdo publicado pelo UOL.

1. De olho em tudo
Os adultos devem deixar claro quais conteúdos são aceitáveis e o que envolve um conteúdo impróprio. O diálogo é essencial para que eles aprendam a identificar vídeos não recomendados para elas.

2. Regras claras
Determine em que lugar da casa eles poderão consumir os vídeos da internet. Isso facilita a supervisão. Além disso, o tempo de utilização dos aparelhos eletrônicos precisa ser estabelecido e deve ser cumprido.

3. Limite o acesso
Desabilite o recurso de vídeos recomendados em sequência do YouTube. Quando estiver vendo um vídeo qualquer no app ou no site do YouTube, procure por um botão chamado “Reprodução automática” e o desligue.

4. Escolha o que eles vão assistir
Faça uma playlist exclusiva para a criança com base nos vídeos que você considera adequados. De tempos em tempos, adicione vídeos novos. Sempre que possível, cheque se a playlist continua ok.

5. YouTube Kids é opção, mas cuidado
O YouTube Kids, app da empresa para crianças, tem uma interface mais colorida e filtra conteúdo para maiores. Mas é preciso ter muito cuidado: a ferramenta é bem limitada em suas configurações e deixa passar coisas inadequadas.

6. Buscas bloqueadas
A busca no YouTube Kids pode ser desativada para que a criança não consiga fazer pesquisas por outros conteúdos. Clique no ícone circular no topo esquerdo da tela principal do Kids, depois acesse as configurações, clique no perfil da criança e desative a opção “permitir pesquisa”.

E, antes de mais nada, denuncie!

Por fim, o YouTube disponibiliza uma página em que é possível qualquer usuário denunciar conteúdo inadequado à equipe do YouTube. A empresa, inclusive, reforça que as denúncias são fundamentais para que a plataforma melhore. O conteúdo denunciado passa por um processo de avaliação e não é removido deforma imediata.

No Brasil, a ONG Safernet tem seu próprio canal de denúncia, o denuncie.org.br, e o canaldeajuda.org.br, para orientar pais e educadores. (Com informações de UOL Tecnologia)

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