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Brasil

Pastor abusou, agrediu e matou filho e enteado no Espírito Santo, afirma polícia

Agência Estado

23/05/2018 18h24

Atualizada

Trinta e um dias após o crime, a perícia da Polícia Civil do Espírito Santo concluiu que o pastor George Alves, de 29 anos, matou o próprio filho, Joaquim Salles, de 3 anos, e o enteado Kauã Salles, de 6. O inquérito policial foi divulgado nesta quarta-feira, 23. Laudos apontam que as crianças morreram carbonizadas dentro do quarto onde dormiam.

De acordo com as investigações, Alves teria estuprado as crianças, agredido e ainda colocado fogo nos dois corpos. O caso aconteceu na madrugada do dia 21 de abril, na casa onde a família morava, no município de Linhares, no norte do Estado.

“Naquela noite, o investigado molestou as duas crianças mantendo o ato libidinoso e o coito anal. Isso é demonstrado tecnicamente pelo encontro de uma substância chamada de PSA, que é contida no sangue humano. Ela foi encontrada no orifício anal das duas crianças. Essa substância não poderia estar no local se não fosse pela ação de um agente externo”, disse o delegado André Jaretta.

O suspeito era o único que estava na casa na hora em que o local pegou fogo. A mãe das crianças, Juliana Salles, estava em um congresso no Estado de Minas Gerais com o filho mais novo. Alves contou para a polícia que estava dormindo e acordou ouvindo os gritos das crianças pela babá eletrônica. O fogo já estaria muito alto e tomado todo o quarto.

Ele ainda afirmou que entrou no quarto em chamas para salvar os meninos, mas não conseguiu. Ele contou que chegou a ouvir o choro de Joaquim e Kauã. Os meninos pelo pai. Ele disse que teria queimado até os pés, porém não conseguiu resgatar as crianças. Exames feitos no suspeito não encontraram queimaduras.

Na noite após o incêndio, Alves e Juliana foram à Igreja Batista Vida e Paz. Antes, ele teria publicado nas redes sociais um convite chamando as pessoas para um encontro no templo religioso. O pastor esteve nos dois cultos e pregou para dezenas de fiéis.

Em um outro momento, imagens de circuito interno de uma lanchonete mostraram Juliana e o pastor lanchando com os amigos. A Polícia Civil começou uma investigação e um juiz decretou segredo de justiça do caso. Alves foi preso sete dias depois do crime, por atrapalhar as investigações.

Durante esse período foram feitos vários exames nos corpos dos irmãos. A casa onde o crime aconteceu passou por quatro perícias. Peritos encontraram vestígios de sangue no box do banheiro da casa.

Foram ouvidas testemunhas entre parentes, amigos e fiéis da igreja. Nos últimos dias, a casa da família se tornou ponto de protestos dos moradores da região que chegaram a colocar velas e cartazes na fachada do imóvel. Os laudos dos exames que comprovam os crimes e os resultados das perícias ficaram prontos na tarde desta terça-feira, 22.

“Com o propósito de ocultar o ato perverso praticado, ele (Alves) praticou ainda violência física contra as crianças e isso é comprovado pelo vestígio de sangue encontrado no box do banheiro, que o exame de DNA comprovou ser de Joaquim. Com as duas vítimas vivas, mas desacordadas, o investigado as levou para o quarto e jogou um líquido inflamável no local e ateou fogo nos irmãos e em todo o quarto, fazendo com que elas fossem mortas por ação do fogo”, afirmou Jaretta.

O secretário de segurança Nylton Rodrigues afirmou que os laudos periciais e técnicos são incontestáveis. Ele disse ainda que não há comprovação da participação da mãe de Joaquim e Kauã no crime.

O pastor continua preso no Centro de Detenção Provisória de Viana. Ele foi indiciado pelos crimes de duplo homicídio triplamente qualificado e duplo estupro de vulneráveis. A soma máxima das penas pode chegar a 126 anos de prisão. O inquérito deve ser encaminhado à Justiça na semana que vem. A defesa de Alves não atendeu as ligações da reportagem.

Fonte: Estadao Conteudo

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