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Brasil

João de Deus é considerado oficialmente foragido

Arquivo Geral

15/12/2018 14h58

João de Deus. Foto: Myke Sena/Jornal de Brasília.

Ana Lúcia Ferreira
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Acusado de abuso sexual, João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus está oficialmente foragido. O mandado de prisão preventiva solicitado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) já tinha sido aceito pela Justiça, porém, até o momento, a Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil de Goiás estava em negociação com os advogados de defesa, para que médium se entregasse até às 14h deste sábado (15).

Contudo, João de Deus não se apresentou e, o Mandado de Prisão contra o médium foi inserido no Banco Nacional de Monitoramento de Prisão e segue com situação “pendente de cumprimento”. A prisão havia sido decretada nessa sexta-feita (14).

Reprodução

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Força-tarefa

João de Deus já foi alvo de mais de 300 denúncias de abuso sexual. A força-tarefa criada pelo Ministério Público de Goiás apura as denúncias contra o médium, também, em outros seis países. As possíveis vítimas seriam da Alemanha, Austrália, Bélgica, Bolívia, Estados Unidos e Suíça.

O grupo é formado por cinco promotores e duas psicólogas da equipe do MP . O grupo é comandado pelo promotor de Justiça Steve Gonçalves Vasconcelos, que está em substituição da Promotoria de Abadiânia, onde os fatos teriam acontecido e onde tramitarão eventuais ações penais.

Para denunciar, o órgão criou o e-mail: [email protected].

Habeas corpus

A localização do médium ainda é desconhecida. Sua defesa afirmou que entrará com pedido de habeas corpus contra a decisão, que considerou “ilegal e injusta”. O advogado Alberto Toron disse ainda que “a impetração do habeas corpus não exclui a apresentação do senhor João de Deus”. Ele, no entanto, não informou se há planos para que o médium se apresente à polícia.

Entenda o caso

As denúncias contra João de Deus começaram a vir a público em 7 de novembro, quando o programa Conversa com Bial, da TV Globo, divulgou as primeiras denúncias de abuso sexual. A partir daí, outras mulheres que afirmam ser vítimas do médium começaram a procurar as autoridades e a imprensa. Os relatos apresentam vários pontos em comum: qual teria sido a estratégia adotada pelo líder para atrair as vítimas, o local onde o abuso ocorria e as ameaças feitas para as mulheres.

Embora os relatos de abusos tenham aumentado, promotores afirmam ser indispensável que vítimas formalizem suas denúncias. Além dos depoimentos, serão usados como prova laudos realizados por psicólogos. Meireles afirmou que, de acordo com o andamento da coleta de provas, casos semelhantes que já haviam sido arquivados poderão ser reabertos.

A equipe já identificou um caso arquivado e um processo em que João de Deus recebeu uma acusação semelhante, mas foi absolvido. O representante do Ministério Público de Goiás afirmou que as penas, somadas, poderiam chegar a mais de 150 anos.

 

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