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Brasil

Hipertensão: estima-se que três em cada dez brasileiros têm a enfermidade

Arquivo Geral

26/04/2018 7h00

Atualizada 25/04/2018 20h55

Foto: Breno Esaki

Matheus Venzi
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Uma doença silenciosa, que pode causar complicações fatais. De acordo com o Ministério da Saúde, a hipertensão atinge 36 milhões de pessoas no Brasil, ou 32% da população. O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão, lembrado hoje, busca reforçar os cuidados em torno da patologia que atinge mais de 60% dos idosos e contribui para 50% das mortes por doença cardiovascular.

Também conhecida como pressão alta, a hipertensão arterial pode ser uma doença simples de ser entendida. Mas as complicações são grandes. Embora não existam estatísticas oficiais, de acordo com o diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia no DF (SBC-DF), Anderson Rodrigues, aproximadamente 30% da população da capital é portadora da patologia. A falta de acesso à informação acaba contribuindo para as taxas de mortalidade.

“Muitas pessoas nem sabem que são hipertensas. Outra parte até sabe, mas se trata de maneira inadequada. Por último, temos o grupo de pessoas que não tratam por opção própria”, explica Rodrigues.

Ele destaca que o fator “silencioso” da pressão alta atrapalha. Apenas uma parte dos hipertensos sente os sintomas comuns, a outra só fica sabendo quando realiza algum exame. Os sintomas são dor de cabeça, turvação visual, dores no peito, sangramento nasal e falta de ar ou cansaço.

Por ser uma doença crônica e degenerativa, quanto mais cedo o diagnóstico, menores as complicações. “A pressão alta causa lesões em partes do corpo como retina, rins, coração, artérias e até no sistema nervoso central. É um dos principais fatores de risco que causam infartos e derrames”, complementa o diretor da SBC-DF.

O fator psicológico também contribui. De acordo com Rodrigues, minimizar o estresse diário é fundamental. Além disso, as mulheres tendem a aceitar o diagnóstico e o tratamento mais facilmente do que os homens. “Nós [homens] somos mais negligentes. Até hoje ainda existem pessoas que não tomam os medicamentos corretos com medo de sua atividade sexual ser afetada. A medicina já resolveu esse problema e há remédios que não interferem nisso”, esclarece.

Mesmo assim, nada é melhor do que prevenir. “O tratamento é bem mais caro do que a prevenção. Controlar a alimentação, praticar atividades físicas e reduzir o consumo de álcool e cigarros são os principais meios”, alerta.

InfoJBr./Baggi

Alimentação saudável é fundamental

O endocrinologista e metabologista Júlio Cesar Ferreira Júnior destaca que uma alimentação saudável é extremamente relevante para a redução dos níveis de pressão. “É sabido que a dieta com alimentos processados, excesso de carboidrato, frituras e o próprio sal contribuem para o aumento dos níveis de pressão”, comenta.

Não é nada fácil conviver com a hipertensão. O representante comercial Alessandro Dourado, 43 anos, teve de mudar os hábitos radicalmente. “Deixei de comer muitas coisas e comecei a optar por alguns alimentos que não tinha costume”, diz. Ele relata que a fase mais difícil na época do diagnóstico, em que sentia dores de cabeça.

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