A cidade de Paris é sempre retratada como um lugar glamouroso e belo, mas nem todo mundo pensa assim. O cearense, estudante de teatro, Max Petterson fez um vídeo contando a sua experiência na cidade e rapidamente viralizou. A publicação já possui mais de 3 milhões de visualizações. O jovem reclama principalmente do calor, além de falar sobre odor, barulho e outros elementos da capital francesa.
Max mora na cidade há 3 anos e divide a vida de estudante com o trabalho de meio período como consultor de moda. Ele estuda teatro desde os 10 anos, mas admite que morar na capital francesa não foi algo planejado. Ele mandou um e-mail para a universidade e, após várias entrevistas, foi matriculado como um aluno normal. Após um conturbado período de adaptação, o brasileiro agora se sente “em casa” na capital francesa.
Por acaso, o cearense decidiu postar o vídeo no Facebook, mas não esperava tamanha repercussão. “Eu não tenho o hábito de fazer videos por visualizações. Eu faço pra não me sentir sozinho. Aquilo [o vídeo em questão] foi um grito de desespero”, explica.
Paris sem Glamour
No vídeo, ele fala sobre elementos da cidade que ele não gosta, com muitas gírias e bom humor, e dá recado aos brasileiros. “Gente, vou aproveitar esse vídeo para dar um conselho pra vocês que querem vir para a Europa, para a França e para Paris no mês de junho, julho e agosto. Não venha! Venha não porque é um calor da molesta. É um negócio pra lhe matar. Eles acostumam você com o frio pra quando chegar no mês de junho, ficar numa perdição dessa”, reclama o estudante de teatro. Ele diz que a maioria das casas francesas não são preparadas para o calor, e, quando ele chega, ficam mais quentes que o normal.
Outra ponderação de Max foi sobre o odor dos europeus. “Generalizar e dizer que o povo fede na Europa é um clichê. A gente não generaliza, tem muita gente cheirosinha. Mas que o povo fede, fede mesmo. Todos nós fedemos, mas uma coisa é você feder 6h da tarde, no final do dia voltando do trabalho cansado. Outra coisa é você chegar no trabalho, 7h da manhã, fedendo”, pondera.
Max termina falando sobre o verão Europeu. Ele diz que na frança o sol chega a nascer às 5h da manhã e só se põe às 22h. “Você fica o dia todo com a catinga e na quentura”, brinca o estudante.
Reação dos franceses
Por incrível que pareça, Max diz que os franceses levaram o vídeo numa boa e que alguns inclusive concordaram com ele. Entretanto, pede para não ser mal interpretado. “Em momento algum eu falei mal dos franceses especificamente. A cidade é cosmopolita, não é feita só de franceses. Quem já visitou ou morou em Paris sabe que o que eu falei nos vídeos é algo normal por aqui”, afirma o brasileiro.
O estudante de teatro também quer deixar claro que adora a cidade e que as pessoas acabaram levando o seu discurso pro lado negativo. “Paris continua sendo mágica, repleta de história, cultura. É uma cidade que resiste ao tempo. Eu acho que o vídeo chocou justamente por ela ter essa imagem tão glamourosa e as pessoas acreditarem que não existe coisas ruins aqui”, argumenta.
Sobre o Brasil, Max diz que tem saudade, mas não quer voltar ainda. “Sinto muita saudade do meu nordeste, da minha cultura, do calor humano, da minha família, dos meus amigos. Mas, eu larguei tudo pra vir pra cá. Se eu voltar vou perder tudo que eu construí”, completa.
