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Brasil

Força-tarefa do MPGO já recebeu mais de 300 mensagens contra médium

Arquivo Geral

13/12/2018 20h46

Foto: Myke Sena/Jornal de Brasília

 

 

Desde o último dia 10, quando ocorreu a criação do canal específico para receber as denúncias sobre os casos de abuso sexual praticados por  João Teixeira de Faria, o João de Deus, a força-tarefa instituída pelo Ministério Público de Goiás para apurar as acusações contra o médium, recebeu um total de 330 mensagens e contatos por telefone. As vítimas, se identificaram como sendo de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pará e Santa Catarina.

A força-tarefa é formada por cinco promotores e duas psicólogas da equipe do MP . O grupo é composto pelo promotor de Justiça Steve Gonçalves Vasconcelos, que está em substituição da Promotoria de Abadiânia, onde os fatos teriam acontecido e onde tramitarão eventuais ações penais.

Para denunciar, o órgão criou o email: [email protected].

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Primeiros casos

As denúncias ganharam força depois de o programa da Rede Globo Conversa com Bial apresentar depoimentos de mulheres que buscaram atendimento espiritual com o líder e disseram terem sido abusadas. Os relatos apresentam vários pontos em comum: qual teria sido a estratégia adotada pelo líder para atrair as vítimas, o local onde o abuso ocorria e as ameaças feitas para as mulheres.

Embora os relatos de abusos tenham aumentado, promotores afirmam ser indispensável que vítimas formalizem suas denúncias. Além dos depoimentos, serão usados como prova laudos realizados por psicólogos. Meireles afirmou que, de acordo com o andamento da coleta de provas, casos semelhantes que já haviam sido arquivados poderão ser reabertos.

A equipe já identificou um caso arquivado e um processo em que João de Deus recebeu uma acusação semelhante, mas foi absolvido. O representante do Ministério Público de Goiás afirmou que as penas, somadas, poderiam chegar a mais de 150 anos.

João de Deus passou a segunda-feira em São Paulo para se encontrar com seu advogado, Alberto Zacharias Toron. De acordo com o defensor, um ofício foi encaminhado para o Ministério Público e outros seriam enviados para a Delegacia de Polícia e o Fórum de Abadiânia informando que João de Deus está a disposição para esclarecimentos. “Ele volta para Abadiânia para exercer o trabalho dele, ajudando as pessoas como vem fazendo nos últimos 40 anos.”

Para tentar tornar mais ágil as denúncias, o Ministério Público de Goiás criou um e-mail específico para receber relatos das vítimas: [email protected]. Relatos feitos no exterior também serão registrados. De acordo com Marcella, isso poderá ser feito nas embaixadas.

No caso de vítimas que moram em outros Estados, os depoimentos podem ser feitos diante da Polícia Civil ou Ministério Público das suas cidades. “No caso do MP, os relatos depois serão enviados para Goiás”, disse Meireles.

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