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Brasil

Ex-goleiro faz campanha e recebe imagens mostrando situações de CTs

Arquivo Geral

17/02/2019 12h52

Situação dos CTs no Brasil. Reprodução/Instagram

Da Agência Brasil

Após a tragédia no Ninho do Urubu, que matou dez atletas da base do Flamengo, as autoridades passaram a se preocupar com a situação dos centros de treinamento de outros clubes brasileiros. Na última sexta-feira, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro recomendou a interdição do Ninho do Urubu, em Vargem Grande (Barra da Tijuca) na zona oeste do Rio.

A interdição foi inicialmente pedida em 2017, mas não foi cumprida. Segundo o Ministério Público, o local só deve voltar a funcionar após cumprimento de exigências do Corpo de Bombeiros. O MP ameaça entrar na Justiça para interromper o uso das instalações do CT Jorge Helal, como é oficialmente chamado o Ninho do Urubu.

Três dias após a tragédia, um princípio de incêndio atingiu o alojamento da Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA), na Universidade da Força Aérea (UNIFA), no bairro da Sulacap, também zona oeste da capital fluminense. No momento em que houve o incidente, atletas do time sub-20 do Bangu repousavam. Por terem inalado fumaça, sete jogadores e um membro da comissão técnica receberam atendimento médico.

Os CTs do Vasco da Gama, em Vargem Pequena (RJ), e o da Associação Portuguesa Desportos, em São Paulo (SP), também foram interditados.

Campanha

O ex-goleiro Getúlio Vargas Freitas de Oliveira Jr. está convocando jogadores, parentes e amigos de atletas de futebol e outras modalidades de esporte a enviarem fotos e vídeos que mostrem as condições de alojamentos nos clubes. “De repente alguém resolve fazer alguma coisa”, disse o atleta que já jogou no Flamengo (2002-2006), na Alemanha, em Portugal e na África do Sul. As imagens estão sendo enviadas via WhatsApp (21 9673 30593) e exibidas no Instagram.

Até o fechamento dessa reportagem, havia fotos e vídeos de dormitórios superlotados (30 pessoas em três quartos com dois banheiros); com colchão estendido sobre o chão; aparelhos elétricos ligados em tomadas sobrecarregadas; chuveiros elétricos com água escorrendo nos fios; banheiros imundos; bebedouro enferrujado, além de cozinhas sujas.

“O que eu tenho a falar sobre [as divisões de] base é a experiência que eu passei”, disse antes de descrever situações “precárias, ridículas e bizarras”, até em clubes de alto nível. Para o ex-goleiro, há alojamentos “em condições horríveis, terríveis ou perigosas” que colocam em risco muitos atletas.

Segundo Getúlio Vargas, as situações retratadas são “muito mais comuns do que vocês pensam”, com arranjos clandestinos, gambiarras ou “gatilhos” assemelhados ao que existem em periferias e favelas das cidades. “É igual lugar que a gente vive”, lamentou.

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