Menu
Brasil

Cigarros paraguaios dominam mercado brasileiro e número de apreensões

Arquivo Geral

16/04/2018 17h25

PRF/Divulgação

Jéssica Antunes
[email protected]

Cigarros paraguaios são os produtos mais contrabandeados no Brasil e equivalem a 48% das vendas no segmento nacional. A estimativa é que 92% venha do próprio Paraguai, país com quase 1,3 mil quilômetros de fronteira terrestre com Paraná e Mato Grosso do Sul. Desde 2014, esse mercado ilícito cresceu 20% e a Receita Federal estima que 67% das apreensões em solo brasileiro sejam desse nicho, responsável por movimentar R$ 146 bilhões anualmente.

Estes e outros dados são tema, nesta segunda-feira (16), do 12º Encontro Nacional de Editores, Colunistas, Repórteres e Blogueiros (Enecob), em Foz do Iguaçu (PR). Pela primeira vez, representantes de oito países da América Latina foram convidados com intuito de contribuir ao debate sobre enfrentamento aos crimes que fomentam a atuação das organizações criminosas.

Uma das conclusões do evento é que a principal causa do domínio do mercado por esses grupos de contrabandistas de cigarros é a disparidade tributária, como aponta o presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco), Edson Vermona. Segundo ele, no Chile, as taxas representam 80%, do valor do produto. Na Argentina, 70%. No Brasil, varia entre 70% e 90%, dependendo das regras dos Estados. Enquanto isso, no Paraguai, são apenas 16% de impostos, o menor percentual do mundo.

“Com essas assimetrias, é difícil manter a legalidade e temos que diminuir o espaço da ação do mercado ilegal. A grande diferença de preços é o que estimula esse comércio ilícito. É importante destacar que a diferença de margem não fica com o Paraguai, fica com as organizações criminosas”, afirma Vermona.

Diretor da Enecob, Leandro Mazzini afirma que o crime está intrínseco às sociedades: “Muitas vezes erramos ao consumir produtos de procedência duvidosa e fomentamos, ainda que indiretamente, essa modalidade criminosa”. O evento acontece desde outubro de 2013 em diversas capitais do Brasil.

*Repórter é enviada especial a Foz do Iguaçu

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado