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Brasil

Caso Marielle: testemunha atrapalhou investigações para dominar “gatonet”

Duas testemunhas se associaram para incriminar Curicica como mandante da morte de Marielle. Objetivo era tomar o controle do ‘gatonet’

Willian Matos

24/05/2019 8h36

Foto: Reprodução/TV

Da redação
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O inquérito da Polícia Federal sobre o caso Marielle concluiu que houve obstrução na investigação da morte da vereadora em março de 2018. Segundo o documento, uma testemunha e um ex-policial civil se associaram para incriminar o chefe de milícia Orlando Oliveira de Araújo (Orlando Curicica) como mandante da morte da vereadora para tomar as áreas dominadas por Curicica na zona oeste do Rio e ter o controle do serviço ilegal de TV a cabo, o famigerado ‘gatonet’.

O portal UOL teve acesso ao inquérito. A testemunha é o policial militar Rodrigo Jorge Ferreira. Suspeita-se que ele está plantado para atrapalhar as investigações. Ele obteve o controle do ‘gatonet’ prestado pela milícia ao conjunto habitacional Merck após incriminar Curirica. Já o ex-policial civil Jorge Luiz Fernandes (Jorginho) passou a explorar um esquema ilegal de máquinas caça-níqueis, segundo a PF.

Pouco mais de um mês após o assassinato de Marielle e o motorista Anderson, três delegados federais apresentaram como “testemunha-chave” à DH (Delegacia de Homicídios da Capital, órgão da Polícia Civil do Rio), o policial militar Rodrigo Jorge Ferreira.

No depoimento, “Ferrerinha”, como é apelidado o policial, apontou o vereador Marcello Sicilliano (PHS-RJ) e Curicica como mandantes do assassinato da vereadora filiada ao PSOL. Ele afirma ter testemunhado reuniões em que ambos planejaram o atentado. Marielle Franco estaria atrapalhando negócios ilegais de Sicilliano.

Curicica, que estava preso no Rio, foi transferido para o presídio federal de Mossoró (RN). Lá, ele prestou depoimento ao MPF (Ministério Público Federal) no qual afirmou que a Polícia Civil do Rio tentou lhe convencer a assumir a morte de Marielle e revelou um suposto esquema de corrupção na DH que barraria investigações sobre homicídios ligados ao jogo do bicho e às milícias.

O depoimento de Curicica motivou a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, determinasse que a entrada da PF no caso.

No último dia 21 de fevereiro,os dois foram alvos de mandados de busca e apreensão cumpridos por agentes federais.

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