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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Wasny perto de concorrer ao Senado

Arquivo Geral

15/06/2018 7h00

Atualizada 14/06/2018 21h45

Embora convicto de que estará enfrentando um desafio para lá de difícil, o deputado Wasny de Roure (foto) prepara-se para definir sua candidatura a senador pelo Distrito Federal na convenção do PT marcada para os dias 22 e 23 deste mês. É mesmo uma encrenca. O PT sequer conseguiu um candidato viável a governador. Após sucessivas recusas, a cabeça de chapa está entre dois servidores públicos sem voto, Afonso Magalhães e Júlio Miragaya. Afonso já disputou eleições proporcionais, sem nunca ter obtido votação significativa. Miragaya só se elegeu para o Conselho Federal de Economia. Se não houver acordo entre os dois, o partido deverá decidir no voto e na hora, avisa outro distrital petista, Chico Vigilante.

Crise de solidão
Pior, o PT estará sozinho na eleição. Wasny chegou a sugerir que o partido buscasse aliados potenciais, como o PSOL ou o PDT, mas sente que o partido tende a se isolar. “Não é opção, é circunstância”, registra Wasny. Mesmo o mais tradicional de seus aliados, o PCdoB, já sinalizou que não quer nem conversa.

Não é só falta de TV
A falta de tempo de rádio e televisão não é o que preocupa o provável candidato ao Senado. Wasny acredita que importante mesmo é aparecer bem, mesmo que pouco. “Eleição não é uma questão de poluição sonora e individual”, ensina o deputado. O que pode atrapalhar são as novas condições do jogo político brasileiro, com o que Wasny chama de “banditização dos partidos”, decorrente da “monetização” do processo. Com isso, admite o deputado, os partidos podem até atrapalhar – e o PT não constitui exceção. Está em jogo, diz, um problema de identidade”.

Radicalização quebra padrões
O próprio episódio dos caminhoneiros, diz Wasny, criou uma realidade surpreendente. Demonstrou o poder de organização de um segmento de trabalhadores, mostrando que essa articulação não é mais exclusiva da esquerda. E mostrou também que o segmento pode ser muito mais radical do que a maioria dos movimentos de ultra-esquerda.

Estratégia federal
Wasny atribui uma extrema relevância ao Senado, onde nem sempre o Distrito Federal teve representação bem sucedida. Para ele, é uma questão de pacto federativo: no quadradinho estão 3 milhões das pessoas que compõem o Distrito Federal, mas quase 2 milhões estão fora. É uma questão mal resolvida e mal encaminhada, pois nunca o DF, Goiás e Minas Gerais levaram propostas conjuntas ao Senado. Isso se estende ainda à questão tributária, onde o aumento da carga se une à má qualidade dos tributos, em especial no que se refere à incidência e à festa das isenções tardias, como o Refis.

Lâmina fatal
O peso da atual solidão do PT brasiliense não se restringe a Wasny e aos eventuais postulantes de outros cargos majoritários. Até a presidente regional, a deputada federal Érika Kokay, está ameaçada de não se reeleger, mesmo que preserve suas votações elevadas. O problema seria, em quaisquer condições, atingir o quociente eleitoral. Em várias outras oportunidades, candidatos bem votados deixaram de se eleger por não contarem com coligações fortes o suficiente para atingir essa barreira. O caso mais notável foi o do então deputado federal Paulo Octávio, que ficou emparedado em outro partido solitário, duas décadas atrás.

Trapalhada tucana
O deputado federal Izalci Lucas (PSDB) se atrapalhou na manhã de ontem e soltou no status do WhatsApp uma mensagem que recebeu. No texto, um pré-candidato aliado de Izalci fala de uma reunião, que aconteceu no sábado, com algumas pessoas do Itapoã, cidade com 53 mil eleitores; e manda uma dica para Izalci, pré-candidato ao Governo do DF: aumentar as linhas de ônibus 764 e 780, pois há um “ciúme” entre Itapoã e Paranoá, que dizem ser melhor atendido. A mensagem diz ainda que é bom pensarem em aumentar o número de creches, cursos e construir mais um restaurante comunitário. O deputado admitiu que tentou armazenar a mensagem, mas acabou divulgando o conteúdo no seu perfil do WhatsApp.

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