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Sem Firula

Viva o futebol!

Arquivo Geral

06/03/2017 12h02

É claro que, para a torcida do Fluminense, campeão da Taça Guanabara, o nível técnico apresentado durante o jogo decisivo pouco importava. Valia o título. Mas para quem ama o futebol, tudo o que aconteceu ontem à tarde no bairro carioca do Engenho de Dentro foi um bálsamo.
Uma partida de alto nível, emocionante, com as duas torcidas presentes (não custa lembrar que engravatados queriam que apenas uma galera estivesse no estádio), com muitos gols, opções e definição por pênaltis.
O jogo, realizado num Engenhão que até recebeu um bom público levando-se em conta toda a confusão que cercou a partida (até o fim da tarde de sexta-feira não se sabia nem haveria ou não o jogo), começou num clima de nostalgia.
Sem patrocinador máster há algum tempo, o Fluminense colocou na parte da frente da camisa a frase “ame o Rio”. Os mais antigos lembrarão que, em 1995, no famoso Fla-Flu do gol de barriga, foi assim também que o tricolor atuou. E a vitória, então, também coube ao Fluminense.
E o primeiro tempo foi eletrizante. Com menos de dez minutos (para falar a verdade, menos de oito), o jogo já estava 1 a 1, com o Fluminense tendo saído na frente e o Flamengo empatado, no primeiro gol sofrido pela defesa tricolor na Taça Guanabara – nos seis primeiros jogos não fora vazada.
Os dois times corriam muito, ignorando o calor insuportável da cidade. E o Fluminense, mesmo mais desgastado pela partida realizada no meio da semana pela Copa do Brasil, que obrigou o time a viajar sete horas de ônibus e “comeu” um dia de recuperação dos jogadores, demonstrava mais preparo do que o Flamengo.
O rubro-negro, porém, virou a partida. E parecia que passaria a dar as cartas na partida, que, repito, era emocionante – e com poucas faltas, como num louvor ao futebol (nos primeiros trinta minutos apenas cinco foram registradas).
Um pênalti (aconteceram dois no mesmo lance), deixou tudo igual e, justamente em mais uma demonstração do potencial físico tricolor, o Fluminense “revirou”, enlouquecendo sua torcida.
Nas arquibancadas, as torcidas faziam a festa. Com a presença de muitas crianças, dos dois lados, percebia-se que todos que ali estavam queriam apenas curtir um bom jogo de futebol. E estavam sendo recompensados por isso.
O segundo tempo, claro, trouxe os dois times menos velozes. Natural.
Não há como manter o ritmo exibido no primeiro tempo durante todos os 90 minutos. E o Fluminense, então, passou a tentar administrar a partida. Uma falta, porém, lá pelos 40, deixou tudo igual de novo. E o tricolor sentiu: as substituições feitas por seu treinador, Abel Braga, para a tal “administração” tiraram bons batedores de pênalti (Wellington Silva e Henrique Dourado, que inclusive marcara o empate desta forma). Virava drama. Como deve ser uma decisão, ainda mais quando envolve dois gigantes do futebol – e com a presença das duas torcidas, como sempre deve ser.
Até o momento em que este colunista terminava de escrever e enviava seu material não havia registro de qualquer tipo de confusão no estádio ou em seu redor. Espero, com sinceridade, que não seja obrigado a, amanhã, lamentar algum problema ocorrido após o término da partida, com os perdedores não tendo respeitado o resultado de uma partida que emocionou pelo bom futebol exibido pelos jogadores – e que foi plenamente curtida por quem esteve no Engenhão.

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