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Sem Firula

Valentões

Arquivo Geral

12/06/2017 16h40

Henrique Dourado empatou o jogo entre Palmeiras e Fluminense e foi fazer o seu gesto característico de comemoração – passar a mão no pescoço como se o estivesse cortando. Quando percebeu que estava em frente à torcida do Palmeiras (clube no qual atuou), pediu desculpas, chegou para o lado e vibrou diante dos torcedores do tricolor. A seguir, foi perseguido e quase agredido por Felipe Mello – o mesmo que se disse inocente quando algo semelhante ocorreu com ele na partida contra o Peñarol, pela Libertadores, em Montevidéu.
Ontem, no Engenhão, Rodrigo Pimpão, que teve atuação abaixo da crítica, parecendo ter entrado em campo já cansado, decidiu tirar satisfações com Henrique Almeida depois que o jogador do Coritiba fez o segundo gol do Coxa e saiu para comemorar com seu banco de reservas – não foi entrar no mérito se, no caminho, falou alguma coisa (o jogador do Coxa já atuou no alvinegro carioca).
Perceberam a situação? Neste futebol moderno, em que autoridades determinam que apenas uma torcida pode presenciar uma partida; onde cânticos brincalhões viram ofensas; sequer comemorar um gol se pode mais.
Hipocrisias
O grande assunto da semana no futebol foi a investida do Palmeiras ao atacante Richalysson, do Fluminense – na semana em que os dois times se enfrentariam. A proposta, até elevada para transações entre times brasileiros, incomodou os tricolores e afastou o jogador da partida entre as equipes, sábado. O Fluminense reclamou do assédio, o jogador faltou a treinos e o Palmeiras achou tudo normal.
Vamos por partes.
Em 2005 (sim, há 12 anos) o Fluminense fez coisa semelhante quando decidia o Campeonato Carioca diante do Volta Redonda. Derrotado no primeiro jogo da final, o tricolor anunciou que iria contratar dois jogadores do adversário (como o fez). E no segundo jogo o time carioca bateu o da Cidade do Aço e sagrou-se campeão.
Agora, vem o Palmeiras e ameaça fazer o mesmo. Há quem diga que tiro trocado não doi, mas… Não houve troca, afinal de contas, falamos de um episódio ocorrido há 12 anos e entre outras equipes, ou melhor, apenas com o Fluminense como mesmo personagem.
Além da falta de memória do Fluminense, não dá para aceitar a postura dos cartolas e patrocinadores do Palmeiras, nem dos jornalistas paulistas, que encaram a situação como a coisa mais normal do planeta. Não é, não.
Os cartolas do Palmeiras, novos ricos bancados por uma empresa que empresa dinheiro a juros (elevados) e uma faculdade, acha que por ter dinheiro pode chegar e desarrumar a casa dos outros. Algo como acontecia na Idade Média quando o rei invadia as aldeias e buscava as virgens para seus desejos. Era o rei, tudo podia – como pensam aqueles que têm muito dinheiro.
Para corroborar, o Palmeiras ganhou o apoio de jornalistas que acham tudo isso “normal no regime profissional”. Interessante que nenhum destes “formadores de opinião” fica feliz quando perde seu emprego por “dificuldades econômicas” nos seus veículos. Ou quando alguém pede suas cabeças por opiniões infelizes. Situações diferentes? Não. Nos dois casos há a força do poder econômico.
Fim de sonho
A Venezuela foi até onde nunca imaginou que chegaria. Decidiu, ontem, o Mundial sub-20, na Coreia do Sul. Perdeu para a Inglaterra e seus garotos caíram em lágrimas. O sonho estava definitivamente encerrado. Talvez nunca mais a Vino Tinto consiga ir tão longe numa competição internacional.
Seu treinador, na coletiva após a partida, emocionado, pedia apoio para que a Venezuela continue a evoluir no futebol. Disse que é possível que novas gerações brilhem defendendo as cores do país. Se vai conseguir, não se sabe, mas valeu a pena ver a forma como os meninos reagiram à derrota.
Ah… Foi também interessante verificar que, no grupo campeão, quatro jogadores do Everton, equipe modesta da primeira divisão inglesa, festejavam a conquista com a bandeira do seu clube. Talvez a maior glória da equipe. Defendida, com amor, pelos seus futuros craques.
Abusados
Num campeonato equilibrado como o Brasileiro, ganhar pontos em casa é tarefa básica para quem não quer correr riscos. Beliscar pontos fora de casa, principalmente contra os chamados favoritos, faz a diferença entre quem disputa e quem deseja ser campeão. Os times do Rio estão, até agora, muito mal no primeiro quesito.
O Fluminense tropeçou no Atlético Paranaense, com menos um jogador por quase 20 minutos. Assim, não adianta ganhar do Atlético Mineiro em Belo Horizonte. O Botafogo também já vacilou duas vezes (o empate de ontem, diante do Coritiba, foi criticado até pelo treinador Jair Ventura).
Por essas e outras é que Corinthians e Grêmio estão nas cabeças: o Timão, só para citar um exemplo recente, esteve no Rio e enfiou 5 a 2 no Vasco, em São Januário; o tricolor gaúcho, na mesma rodada, fez 6 a 3 na Chapecoense que era, até então, líder do Brasileiro.

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