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Brasília

Tristeza

Arquivo Geral

14/09/2016 7h00

Atualizada 13/09/2016 10h12

Que nossos dirigentes esportivos estão “devendo” (em todos os sentidos) há muito tempo não é segredo para ninguém. Ler, porém, que a Federação Internacional de Basquete planeja, ou melhor, deverá realizar uma intervenção na Confederação Brasileira é uma pancada muito forte para quem ama o esporte nacional. Se já não é fácil admitir que nossos treinadores não são mais capazes de acompanhar a evolução internacional (e por isso temos tantos estrangeiros treinando por aqui), pior ainda é verificar que nem mesmo entre os cartolas temos mais condições de ser independentes.

Dívidas, desorganização, promessas não cumpridas (interna e externamente)… Tudo isso faz parte do dossiê contra os cartolas da CBB. E a conta, pelo visto, será cobrada com rigor. Hoje, a entidade tem mais de R$ 17 milhões de débitos, segundo dizem. Está para perder seus poucos patrocínios e, pior: não possui credibilidade alguma. O mais engraçado (ou vergonhoso) é ver presidentes de federação que apoiaram a reeleição do grupo que está no poder dizendo que a renúncia é a única saída. Será que não viram isso antes?

Disposição

Há muito tempo este colunista afirma que, há algum tempo, a grande diferença entre times vencedores e os que apenas participam de competições é a disposição demonstrada pelos jogadores dentro de campo. A Eurocopa, vencida por Portugal há dois meses, é exemplo disso. Com tristeza faço esta avaliação, admito, mas é a mais pura verdade. Vejam, por exemplo, o que aconteceu na noite de segunda-feira, em Edson Passos (RJ), na partida entre Fluminense e Atlético Mineiro – vencida, por goleada, pelo tricolor carioca, reconhecidamente com um elenco mais fraco do que o da equipe mineira.

O Galo sabia que uma vitória o deixaria a dois pontos do primeiro lugar, com amplas possibilidades de assumir a ponta amanhã – explico daqui a pouco. Mesmo assim, entrou em campo como se fosse participar de uma ópera. E uma ópera daquelas sem emoção, mal montada, com cantores inexpressivos. Tanto é verdade que foi dominado o jogo inteiro pelo Fluminense, um time que até agora não disse exatamente qual é o seu papel no Brasileiro (mas que jogou com uma vontade nesta segunda-feira…).

Mesmo dominado, o Atlético Mineiro fez 1 a 0, num belo gol de Robinho. Aí mesmo é que pensou que não precisaria suar a camisa. Foi para o intervalo com a vantagem e, na volta, foi totalmente surpreendido pelo Fluminense. Talvez acertando os erros cometidos no início da partida, Levir Culpi mudou o tricolor, colocou o time para frente, movimentando-se, cheio de disposição e rapidamente o carioca virou a partida. Quando estava com 3 a 1 contra foi que o Galo decidiu correr um pouquinho. Fez o segundo, mas logo a seguir, em (mais um) erro de passe, acabou levando o quarto.

Aí, olhamos para a tabela de classificação e verificamos o quanto a questão da disposição, da vontade de ganhar, faz a diferença neste Brasileiro. Sem o risco de perderem, pelo menos nesta rodada, a ponta da tabela, teremos uma “meia decisão” esta noite. Nas duas primeiras colocações estão equipes que, até agora, lutam até o fim para conquistar três pontos sempre que entram em campo. Falo de Palmeiras e Flamengo, que realizam nesta quarta-feira, na Allianz Arena, aquele que muitos dizem ser o “jogo do ano” (discordo).

Não dá para dizer que será o jogo do ano, principalmente, porque não teremos torcidas. Sim. Pela lambança feita por marginais que se dizem torcedores, o belo estádio palmeirense não receberá a galera do Flamengo, nem terá toda a sua capacidade liberada para a torcida. Punição estranha. Melhor seria fazer a partida com portões fechados, com prejuízo dividido pelos dois clubes – bem sei que as instituições não podem ser responsáveis pelos vândalos que dizem ser seus torcedores, mas alguma coisa precisa ser feita.

E, como escrevi lá em cima, a diferença que Palmeiras e Flamengo vêm apresentando sobre os demais adversários é a vontade de vencer. Como, em algumas partidas, também faz o Corinthians (e só por isso o Timão permanece no G-4). Como citei um alvinegro, vou falar de outros dois: Botafogo e Santos, que se enfrentarão também logo mais, na Ilha do Governador (RJ). O carioca acertou o passo, contratou um jogador que vem fazendo a diferença (Camilo) e joga com o coração (aliás, desde o início do Brasileiro). O Santos oscila. Joga mais, e com mais disposição (olha ela aí de novo) na Vila Belmiro. Só que não pode jogar sempre lá.

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