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Tem Brasil

Arquivo Geral

11/10/2016 11h58

Há tempos não escrevia uma frase assim com tamanha alegria. Hoje tem seleção brasileira. Estamos em segundo lugar, demos uma arrancada maravilhosa e já não estamos mais com pensamentos negativos sobre ficar de fora do Mundial de 2018, na Rússia. O Brasil de Tite, hoje, não terá Neymar, suspenso pelo cartão amarelo. Em seu lugar estará Willian. Perde a seleção? Sem dúvida, mas nada que assuste tanto assim. Paulinho, que estava suspenso contra a Bolívia, também volta ao time. Pela combinação de resultados, o Brasil, que virou o turno em segundo lugar, pode assumir a primeira colocação das eliminatórias sul-americanas se derrotar a Venezuela e o Uruguai tropeçar contra a Colômbia. Resultados absolutamente normais e esperados.

A seleção brasileira viajou em voo fretado para Mérida. Ou melhor. Viajou em voo fretado para a Venezuela e, para chegar à Mérida, encarou 70km de ônibus, em percurso que durou mais de 1h30 – isso mesmo, 70km em 90 minutos. A situação na Venezuela, como se sabe, não é das melhores. Previsão de inflação de 720%, falta de produtos… Tão grave que até água mineral fez parte do enxoval que a CBF providenciou. Dentro de campo a disparidade é enorme. A Venezuela, que andou fazendo bons papéis nas recentes competições continentais, vai mal, muito mal. É a lanterna das eliminatórias com apenas dois pontos ganhos. E uma vitória sobre o Brasil elevaria a autoestima da equipe às alturas. Tem de levar a sério. Sempre.

Briga apertada

Se o colunista for condescendente, nada menos do que 14 times brigam pelas quatro vagas de acesso da Segundona à Série A para 2017. Do Atlético Goianiense, líder, ao Paysandu, passando por Vasco, Náutico, Avaí, Londrina, Bahia, Criciúma, Brasil de Pelotas, Ceará, CRB, Luverdense, Vila Nova (GO) e Goiás (pela ordem de classificação, a partir do segundo lugar) podem, ainda, alimentar alguma esperança de subir. É difícil? Sem dúvida alguma, mas que dá para sonhar, lá isso dá, afinal de contas, se o Dragão e o Vasco dispararam, ultrapassando a barreira dos 50 pontos, enquanto o terceiro colocado está com 48, o 14º já chegou a 39, ou seja, nove pontos de distância, apenas – e muitos confrontos diretos acontecendo, aqueles jogos de seis pontos, onde um tira ponto do outro. Ah… Não posso esquecer que o Criciúma, dependendo do resultado de ontem à noite, contra o Bragantino, pode ter entrado no G-4. Viram como o sobe e desce é intenso?

Sem razão
Em 2014 foi o Macaé, que acabou campeão. E com um empate, de 1 a 1, no Castelão lotado. No ano seguinte, foi a vez de o Brasil de Pelotas segurar um empate (0 a 0) e acabar com as chances de acesso. Este ano foi o Juventude. Outra vez com o Castelão lotado (mais de 60 mil pagantes). Outra vez com um empate (desta vez, 1 a 1). Nos três anos o Fortaleza passou para o mata-mata com a melhor campanha da Série C, levou a vantagem de decidir em casa, lotou o estádio e… Acabou eliminado. Triste sina. Nada disso, porém, justifica os atos de vandalismo que foram vistos no Castelão após o término do jogo que decretou a permanência do Leão do Pici por mais uma temporada na Série C. Este tipo de atitude só traz prejuízos para a equipe. Provavelmente o clube será punido com a perda do mando de campo de algumas partidas e começará a Terceirona em desvantagem em 2017.

O ser jornalista

Houve um tempo, quando eu ainda não era jornalista, que chegava a ver oito jogos de futebol numa semana. Eram tempos em que os jogos de juniores serviam como preliminar dos profissionais. E eu, acompanhando o querido e saudoso amigo Adélio Pereira, corríamos o Rio de Janeiro vendo futebol. Lembro que, num sábado, estivemos à tarde em Bangu (um calor senegalesco) para ver um Flamengo x Vasco (time de coração do “seu” Adélio, como eu respeitosamente o chamava) e, à noite, estávamos no Maracanã para ver outras duas partidas. E no domingo, mais duas. Claro que as aventuras eram facilitadas pelo fato de ele ser proprietário de quatro cadeiras cativas no Maracanã, na última fileira, lá em cima, logo à frente do bar que nos abastecia de cachorro-quente e refrigerante. Bons tempos.

Fui ser jornalista. Esportivo. Por incrível que pareça, hoje vejo, no estádio, muito menos jogos do que naquela época. Normalmente estou trabalhando e, por isso, acabo deslocado para outras situações. Mas na telinha acompanho tudo o que posso. Na mídia impressa (podem achar velha a expressão, mas fica mais fácil assim) estive nas redações de O Dia e do Jornal do Brasil (e no Jornal de Brasília, é claro, onde estou desde 2008). Na Avenida Brasil, 500, sede do Jornal do Brasil, tive o prazer de trabalhar com profissionais de primeira grandeza, daqueles que contam para o currículo de qualquer um. João Saldanha, Oldemário Touguinhó, Roberto Assaf, Vicente Senna e, entre tantas outras feras, Mauro Cezar Pereira. Este que hoje brilha na ESPN e foi “acusado” de estar no Pacaembu torcendo para o Flamengo.

Acredito que ele nem vá tomar conhecimento do que aqui escrevo, mas asseguro: ninguém é filho de chocadeira, nem deixa suas paixões influenciarem nos comentários (falo, claro, de profissionais do quilate de Mauro Cezar). Ou será que algum dos “acusadores” acha que Mauro Cezar dirá que uma partida do Flamengo terminou com a vitória rubro-negra se o placar não foi esse? É tempo de menos patrulha e mais critério. Não apenas no futebol.

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