Palmeiras e Flamengo disputando ponto a ponto a liderança da Série A, com Atlético Mineiro e Corinthians correndo por fora; o Vasco quebrando o jejum de cinco partidas e voltando a colocar vantagem (pequena) na Série B… O futebol brasileiro, para os menos entendidos, parece se limitar às duas primeiras divisões nacionais e a algum brilhareco de alguma equipe “esquecida” na Copa do Brasil. É assim? Não, com certeza não é. Vejam, por exemplo, a Série C, a terceira divisão nacional – a mesma onde, em 1999, esteve o Fluminense (isso mesmo). Com forma de disputa diferente das séries A e B, a Terceirona viverá momentos de angústia nesta semana.
Da mesma forma que na primeira e segunda divisões, são 20 times. Só que, na Série C, eles são divididos em dois grupos de 10, de forma regionalizada – para economizar nos deslocamentos. Os jogos também são em ida e volta nesta fase de grupos. Classificam-se para os mata-mata (sim, na Terceirona temos mata-mata) os quatro primeiros colocados de cada grupo. No A temos representantes do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste. No B, equipes das regiões Sul e Sudeste. Na chave “nordestina”, temos, por exemplo, o duelo entre os potiguares ABC e América – na última rodada desta fase de grupos, vejam só, o ABC poderá rebaixar o América para a Série D. Emoção pura, não é mesmo?
Mas é para o grupo B que gostaria de chamar a atenção do leitor. Ali temos, entre outros, o Guarani, que já foi campeão brasileiro da primeira divisão (1978, o único campeão brasileiro vindo do interior, como até hoje está escrito no estádio do clube, o Brinco de Ouro da Princesa). Temos o Juventude, que já conquistou a Copa do Brasil (em 1999, contra o Botafogo, no velho e lotado Maracanã), e temos a Portuguesa. Isso mesmo. A Lusa, que já revelou tantos craques, que já brigou pelo título nacional e que em 2013 se envolveu num até hoje não esclarecido caso de escalação irregular de jogador, está no grupo B da Série C nacional. E está quase caindo.
Com apenas 14 pontos ganhos em 17 jogos realizados, a Portuguesa chega à última rodada da fase de grupos precisando ganhar a partida contra o Tombense, em Minas Gerais, e torcendo por uma derrota (ou empate) do Macaé contra o Botafogo de Ribeirão Preto, em Macaé, para escapar de novo rebaixamento. E só mantém estas esperanças porque, neste domingo, o Juventude virou o jogo contra a equipe fluminense, em Caxias do Sul – caso contrário, a Lusa já estaria rebaixada.
É, aliás, a luta para continuar brigando pelo acesso à segunda divisão que mantém vivas as chances da Portuguesa de não cair. O Botinha ainda não assegurou seu lugar no mata-mata, por isso vai jogar a sua vida contra o Macaé, fora de casa. A Lusa, porém, também enfrentará um time com algumas chances de classificação. Triste situação para uma equipe com tantas glórias – o Guarani já está com vaga assegurada para o mata-mata, enquanto o Juventude ainda corre atrás de sua classificação na última rodada. Ah…Todos os jogos do grupo A estão marcados para domingo, às 19h, e os do B para as 16h, também domingo.
Sem saída
A derrota no clássico regional, por 5 a 3 diante do Sport, parece ter decretado o rebaixamento do Santa Cruz para a Série B em 2017. O time, que chegou a liderar a primeira divisão nacional nas primeiras rodadas, há tempos entrou no Z-4 e não consegue sair de modo algum. Hoje, são sete pontos de distância para o Internacional, o primeiro time fora da zona do rebaixamento. E quando se pensa que os três pontos virão, como domingo, quando o time saiu na frente diante do Sport, acontece um apagão e… Nova derrota.
Perder para o Sport serviu, pelo menos, para aliviar a barra do rival rubro-negro. Tivesse vencido a partida, o Santa Cruz apenas reduziria a distância para fora da zona da degola (para quatro pontos), mantendo a espada sobre a cabeça do Leão do Norte, que estacionaria nos 27 pontos e ficaria atrás do Colorado na classificação. Aliás, é bom registrar que, hoje, temos dois times nordestinos no Z-4 (Santinha e Vitória) e apenas o CRB no G-4 da Segundona (brigando ponto a ponto com o Ceará), ou seja, podemos ter a participação do Nordeste reduzida no Brasileiro de 2017.
