Inexplicável a atitude da torcida do Santos.
Ou melhor, para ficar mais claro: inexplicável a atitude de alguns ditos torcedores do Santos na partida de volta contra o Independiente da Argentina, pela Libertadores da América.
Àquela altura, quase 40 do segundo tempo, só mesmo um milagre, de todos os santos (perdoem o trocadilho) conseguiria fazer com que o Santos marcasse três gols para levar a decisão para os pênaltis. Mesmo assim, nada justifica o que aconteceu no Pacaembu – e que trará sérios problemas para o clube nas próximas competições continentais.
Vou até aceitar que a torcida estivesse revoltada com a decisão da Conmebol (alterou o placar do jogo de ida, de 0 a 0 para 3 a 0 para os argentinos pela escalação irregular de um jogador santista), mas arremessar morteiros no gramado, tentar invadir (houve até quem conseguisse), provocar o tumulto que se provocou…
Errado, tudo errado, muito errado.
A revolta da torcida deveria ser dirigida aos cartolas do clube, que há algum tempo fazem lambanças em lote – e a escalação incorreta de um jogador é demonstração mais do que clara disso que escrevo.
Claro, objetivo e sincero foi Cuca, o treinador.
Protestou contra a divulgação da punição (reparem a diferença: a reclamação de Cuca foi contra o timing da punição, divulgada apenas no dia do jogo, não contra a decisão em si), mas admitiu que os argentinos mereceram e, mais: fez questão de lembrar que a cartolagem santista precisa melhorar – chegou a dizer que pode ser demitido por isso, mas falou.
E antes que pensem que Cuca é santo… Ele também errou, feio, ao interpelar os policiais que tentavam “organizar a bagunça” que se formou no gramado durante a confusão provocada pela torcida.
Claro que deixar para dizer que a punição fora imposta horas antes do jogo foi cruel. Mas, vamos falar a verdade: será que alguém no Santos tinha a esperança de que o clube não seria punido?
Façam-me o favor…
O Santos diz que vai recorrer (Cuca já disse que é bobagem, concordo com ele), mas ninguém falou até agora em procurar os culpados pelo erro cometido.
Fica mais fácil dizer que a Conmebol persegue os times brasileiros e outras bobagens (que em alguns casos até têm fundamento, não neste).
Agora, pior do que o vandalismo dos tais torcedores santistas, só mesmo as declarações de Rodrygo, apoiando o que aconteceu e valorizando os vândalos travestidos de torcedores.
Gostaria de saber se os argentinos fizessem isso em Buenos Aires, colocando em risco torcedores e jogadores, se ele teria a mesma opinião.
Pode até jogar bem, mas já se percebe que não raciocina.
Pura emoção
Um gol com cinco minutos de jogo era tudo o que o Grêmio poderia desejar para garantir sua vaga nas quartas-de-final da Libertadores, não é mesmo?
Sim, mas…
Não demorou nem cinco minutos e o Estudiantes de La Plata chegou ao empate, calando o Olímpico com seus quase 50 mil torcedores.
O empate mudava a vaga de dono. Com a vitória no jogo de ida por 2 a 1, os argentinos estavam seguindo adiante, eliminando o tricolor gaúcho.
O jogo ficou tenso, como era de se esperar. Em alguns momentos a torcida do Grêmio chegou a desconfiar que seu time não conseguiria a vaga.
Lá pelos 44 do segundo tempo o gol que poderia ser a salvação. Pelo menos levaria a disputa da classificação para os pênaltis.
O Olímpico, aí sim, explodiu.
E embalado pelo canto da galera, Renato Portaluppi foi pressionar o árbitro para que os pênaltis fossem batidos do lado mais popular do estádio.
Só pressão, sabia que não levaria.
Nas penalidades, muita frieza dos gremistas e um erro, apenas um erro (talvez o único em toda a partida) dos argentinos.
A vaga veio, mas com muito mais dificuldade do que era esperada.
Agora, é esperar outro argentino, o Tucuman, que eliminou o Nacional de Medellin na Colômbia.