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Sem Firula

Sem memória

Arquivo Geral

15/12/2018 12h13

Atualizada 14/12/2018 12h14

Algumas vezes este colunista citou as declarações feitas por divulgadores de informação logo após a goleada alemã sobre a seleção brasileira, na Copa do Mundo de 2014.

Ávidos por justificar a derrota (inexplicável, pelo placar) e para demonstrar conhecimentos que jamais possuíram, os ditos divulgadores de informação encontraram “em um bem traçado projeto de integração entre todas as categorias do futebol alemão” (palavras deles) a razão para termos perdido por 7 a 1 a semifinal do segundo Mundial realizado em nosso país.

Menos de quatro anos depois, com os sucessivos insucessos da equipe germânica (que acabou de ser rebaixada para a segunda divisão da Liga das Nações, torneio continental entre países na Europa, depois de cair na primeira fase da Copa do Mundo da Rússia), os entendidos ficaram sem palavras.

Agora, com a conquista do título da Copa Sul-Americana pelo Athletico Paranaense, os mesmos divulgadores de informação encontraram no rubro-negro paranaense indícios de haver surgido “um novo gigante no futebol brasileiro”.

Menos, não é mesmo? Menos…

Vamos aos fatos.

Em primeiro lugar, o colunista não está, de forma alguma, negando o tamanho (ou tentando mensurar) do Athletico Paranaense.

O rubro-negro de Curitiba é, sempre foi, um dos maiores times de seu estado. E do país.

Basta lembrar, por exemplo, a conquista do título nacional de 2001, quando depois de ter terminado a primeira fase em segundo lugar (atrás do São Caetano), eliminou São Paulo e Fluminense antes de bater o São Caetano (que fora o líder da fase inicial) na decisão.

Sem falar da Arena da Baixada, exemplo de determinação do clube, reformada para a Copa do Mundo de 2014.

Mas (e há sempre o mas…), alguns fatos não podem ser esquecidos.

No Brasileiro de 1996 houve um escândalo de arbitragens que resultou na virada de mesa (utilizo termos empregados por todos, não pensando necessariamente desta forma) que salvou Fluminense e Bragantino, que seriam rebaixados.

À época, o diretor da Comissão de Arbitragens da CBF, Ivens Mendes, teve reveladas conversas com Mario Celso Petraglia, presidente do time paranaense, com pedidos de valores e supostos acertos de resultados.

Um pouco depois, o presidente do Corinthians, Alberto Duailib, também se viu envolvido.

A CBF decidiu cancelar os rebaixamentos porque existiam indícios de favorecimento aos dois times envolvidos.

O Grêmio, campeão, ficou com o título. Fluminense e Bragantino não caíram. Ivens Mendes perdeu o cargo.

Mas (e lá vem o mais de novo…) os dirigentes e seus clubes não foram punidos – após processo interno, ficou provado (???) que os cartolas não eram culpados.

Bem… Se o diretor de arbitragens foi punido, como não tivemos outros culpados?

Existe corrupto sem corruptor?

Vamos em frente.

Pelo regulamento, os times supostamente envolvidos na armação de resultados deveriam ser rebaixados para a última divisão do futebol nacional.

Como nada ficou provado, escaparam.

Já imaginaram?

O que teria acontecido com “o novo gigante do futebol brasileiro” se, há 20 anos, tivesse caído para a quarta divisão, a Série D?
Teria o rubro-negro paranaense conseguido reerguer-se?

Para começar, teria um longo caminho para chegar à primeira divisão (vejam que neste momento não falo do Timão).

Conseguiria o título nacional da primeira divisão em 2001?

Construiria a Arena da Baixada?

É claro que, sim, poderia ter feito tudo isso. E até mais.

Só peço que os divulgadores de informação não sejam açodados (como foram com a Alemanha) dizendo que há “um novo gigante no futebol nacional”.

O Athletico Paranaense (ou Atlético Paranaense, como era até terça-feira) sempre foi grande.

E um novo título, mais um, ajudará seu crescimento, mas não é fundamental para sua vida.

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