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Sem Firula

Politicagem

Arquivo Geral

05/02/2018 12h02

Não sou sócio do Corinthians.

Não sou sequer torcedor do Timão.

Neste sábado, porém, devo admitir que fiquei preocupado com o que vi no “mini ginásio do Parque São Jorge” (era assim que os divulgadores de informação de plantão se referiam ao espaço) logo após a divulgação da vitória de Andres Sanchez como novo (de novo) presidente do Sport Club Corinthians Paulista.

Cenas de pugilato, ofensas, arremessos de objetos e líquidos…

E o recém-eleito (de novo) presidente tendo de ficar escondido, por 40 minutos, no banheiro feminino – só conseguiu sair de dentro do esconderijo cercado por seguranças e por integrantes da equipe de MMA do Corinthians.

Fiquei pensando… Como os tempos mudam.

Há menos de dez anos Andres Sanchez era o grande guia da Fiel.

Prometeu um estádio, grandes times, dinheiro a rodo, transformar o Corinthians no maior time de futebol do planeta em cinco anos, vender os “naming rights” (no popular, batizar) do estádio…

Nada conseguiu.

Aliás, seu primeiro discurso, ou entrevista, após ser declarado vencedor foi até pé no chão em demasia.

O que será que mudou?

Na realidade, o que vimos no sábado à tarde no Corinthians era a crônica anunciada de um período pré-eleitoral carregado de problemas.

Candidatos que num momento podiam ser candidatos e em outro não; candidatos que usaram nomes e expressões que em nada condizem com sua trajetória no esporte, no futebol e muito menos no Corinthians…

Discursos de ódio e intransigência.

Tinha de dar no que deu.

Não sei, sinceramente, se a situação política no Corinthians é menos ou mais grave do que podemos verificar, por exemplo, no Botafogo (onde a atual diretoria quer ver fora do clube o ex-presidente); no Vasco (onde a chapa vencedora na opinião do sócio rachou antes da eleição e acabou elegendo aquele que seria o vice como presidente); ou no Fluminense (onde, na semana que passou, um grupo de torcedores invadiu a reunião do Conselho Deliberativo exigindo a renúncia do presidente do clube).

O que sei, com certeza absoluta, é que o Corinthians deverá viver alguns momentos de crise interna.

Só espero que novo (de novo) presidente não faço como seus parceiros políticos e saia por aí comprando os desafetos para poder governar.

O Corinthians (e, por extensão, o Brasil) não merece isso.

Indigência

Ainda na linha “do que vi e me provocou temor”, no sábado – só que à noite.

Três jogos pela última rodada do Grupo C da Taça Guanabara, o primeiro turno do Campeonato Carioca.

O Botafogo, líder até aquele momento, recebia o Madureira, lanterna do grupo, no Engenhão. Boavista e Portuguesa se enfrentando – o vencedor passaria à semifinal. Fluminense e Macaé num acanhado estádio na Baixada Fluminense, com o tricolor precisando vencer e torcendo por um empate na partida entre Boavista e Portuguesa para classificar-se.

E o que se viu? Nos primeiros 45 minutos das três partidas um show de horrores. Apenas uma chance de gol – somados os três jogos, repito.

Para resumir a história: saíram dois gols.

O Fluminense venceu, com um gol aos 43 do segundo tempo, mas não se classificou porque o Boavista derrotou a Portuguesa com um gol também no fim do jogo. E o Botafogo, que era o líder, até então, acabou em segundo lugar e agora irá enfrentar o Flamengo na semifinal.

Ah… O jogo do Fluminense teve menos de 600 pagantes. A soma das três partidas ficou longe dos dez mil espectadores.

Retrato fiel do futebol do Rio neste momento.

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