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Sem Firula

Manda quem pode

Arquivo Geral

17/01/2019 7h00

Atualizada 16/01/2019 12h51

Acredito que todos os leitores conheçam a frase “manda quem pode, obedece quem tem juízo” ou alguma de suas variações.
Pois é…

Lembro que na primeira eleição de Eduardo Viana, o “Caixa D’Água”, à presidência da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, o único dos chamados grandes do Rio (que à época eram seis, estando incluídos nesta relação Botafogo, Flamengo, Vasco, Fluminense, America e Bangu) que votou contra o campista (Eduardo Viana era de Campos dos Goytacazes, Norte do estado do Rio de Janeiro) foi o tricolor.

Eduardo Viana teria dito (vejam que vou utilizar diversas vezes o condicional por não ter sido testemunha de alguns fatos aqui narrados), a quem quisesse ouvir e estivesse a seu lado, que enquanto ele fosse presidente da entidade o Fluminense não voltaria a ser campeão estadual.

Tricampeão estadual (83, 84 e 85), o Fluminense perdeu a chance do tetra ao perder, por WO, uma partida contra o Americano (time do coração de Eduardo Viana), mesmo tendo atestados médicos que seus jogadores sofriam com uma epidemia de dengue – só para lembrar, no fim do ano passado, o Flamengo conseguiu adiar a final da Copa do Brasil sub-17 alegando surto de caxumba entre seus jogadores.

Pois bem…

Coincidência ou não, o tricolor enfrentou um longo jejum de títulos com Eduardo Viana como presidente.

E aí, como testemunha, posso afirmar que vi diversas vezes o time das Laranjeiras ser prejudicado pelas arbitragens e perder a chance de chegar ao título.

Coincidências apenas, dirão.

O jejum seria quebrado apenas em 1995, no famoso gol de barriga de Renato.

Dizem que, como tinha o então presidente do Flamengo (Kleber Leite) como desafeto, o presidente da Federação afirmou que o jogo decisivo “seria à vera”, ou seja, sem qualquer interferência externa.

O Flamengo, festejando seu centenário, tinha um super time, onde despontava Romário.

O Fluminense era visivelmente mais fraco.

Sua estrela era justamente Renato Gaúcho, que estava esquecido até ser chamado para compor o elenco do Fluminense, que tinha Joel Santana como treinador – outro destaque, que deu o passe, ou o chute, que bateu em Renato Gaúcho e entrou, era Ailton, que o Flamengo recusou contratar por achar que “estava velho”.

Recordando…

O Fluminense chegou à última rodada do turno decisivo um ponto atrás do rubro-negro – que iniciara a fase com vários pontos de vantagem por conta do regulamento.

Mesmo terminando a partida com oito homens em campo (o Flamengo teve apenas um expulso), o Fluminense sagrou-se campeão.

Depois, ainda na gestão Caixa D’Água, o Fluminense só voltaria a ser campeão em 2002, ano de seu centenário – e, curiosamente, derrotando o Americano na decisão.

Bem…

O Flamengo, nos últimos anos, tem ficado apenas no cheirinho.

Andou dizendo que brigou com a CBF (mas seu presidente foi chamado para chefiar delegações da seleção em amistosos) e com a FFERJ (a Federação de Futebol do Rio de Janeiro).

Para 2019, tudo precisa ser diferente.

Além de abrir os cofres, o Flamengo decidiu ser mais político.

Nesta semana, foi com toda a sua cúpula à reunião da Federação que decidiu apenas o preço dos ingressos.

Estiveram ao lado do presidente da entidade o novo presidente rubro-negro, Rodolfo Landim, e mais Luiz Eduardo Baptista (o Bap, vice de Relações Externas) e Gustavo Oliveira (vice de Comunicação).

Eram todos velhos e bons amigos do mandatário da Federação. Verdadeiros irmãos.

Afirmaram que estavam fechados com Rubinho (como é conhecido o presidente da Federação, Rubens Lopes Filho) e tudo fariam para que o Carioca fosse um sucesso.

Como dizia um amigo, ex-presidente de um grande clube do Rio de Janeiro, futebol também se ganha dentro de campo.

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