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Sem Firula

Lado sujo

Arquivo Geral

27/11/2017 11h41

Ontem teve festa no Itaquerão.
Ontem, só, não: mais uma vez, no sábado, a Fiel encheu o estádio e festejou com seus jogadores. Teve volta olímpica e até invasão de campo, naquela parte bonita que todos gostamos em nosso futebol.
Só que ontem, na festa, vimos um pouco do lado sujo deste mesmo futebol que adoramos.
Pablo, titular da zaga corintiana, foi proibido pela cartolagem de participar da comemoração.
Com contrato ainda em vigor, ele não acertou sua vida para a próxima temporada – acontece, é do futebol.
E o que fizeram os cartolas? Simplesmente tiraram o jogador que fora titular em 51 jogos do Corinthians este ano, da partida. E com direito a famoso “nada a declarar” para tentar esclarecer o problema.
O colunista não sabe, claro, do quanto foram desgastantes e, quem sabe, até cruéis as rodadas de negociação entre o clube o atleta. Talvez até o Timão tivesse o direito de dar este castigo ao jogador, mas, para quem está de fora, a punição imposta parece birra de criança mimada, tipo “não fez o que eu queria, tá fora da brincadeira”.
Pena.
O que os cartolas não conseguirão esconder, daqui a dez, vinte, cinquenta anos, é que Pablo foi campeão brasileiro pelo Corinthians em 2017. Deles, cartolas, não sei quem a torcida lembrará.
Mentirosos
Comentei a partida entre Fluminense e Sport, sábado à tarde, no Maracanã.
Digo, sem medo de errar: um dos piores jogos do Brasileiro deste ano. Péssimo, desmotivado, triste…
Com os ingressos a R$ 30, os torcedores do tricolor carioca deveriam exigir, no mínimo, metade do valor pago como restituição.
Jogar bem ou não acontece, mas o Fluminense não entrou em campo em exatos 45 minutos.
Isso mesmo: nos primeiros 30 minutos do primeiro tempo e nos 15 minutos finais da segunda etapa não havia Fluminense em campo, tamanha a desfaçatez de alguns jogadores em “não jogar”.
O pior é que, após o jogo contra a Ponte Preta, Abel Braga prometera a Eduardo Baptista que seu Fluminense “iria entrar com tudo” contra o Sport. E os jogadores tricolores haviam prometido “fazer de tudo” para que o companheiro Henrique Dourado fosse o artilheiro do Brasileiro. Tudo mentira.
O maior
Dizem as pesquisas e os especialistas que Cruzeiro e Atlético Mineiro, não necessariamente nesta ordem, possuem as maiores torcidas no futebol de Minas Gerais. Ambos já conquistaram dezenas de títulos estaduais, colecionam conquistas nacionais e até internacionais. Na tarde/noite de sábado, porém, a partida entre o América Mineiro e o CRB, pela segunda divisão do Campeonato Brasileiro, colocou um tempero diferente nesta luta pela hegemonia entre os torcedores das Alterosas.
O Coelho, lutando para conquistar o título da Série B nacional, estabeleceu com sua galera o maior público presente ao Estádio Independência, com quase 23 mil pagantes e, vejam só, 70 torcedores a mais do antigo recorde, que pertencia ao Galo. Claro que este jogo, isoladamente, não prova nada (a média do América no Brasileiro, no estádio, não chegava a cinco mil pessoas), mas certamente este dado servirá para muitas provocações daqui para a frente em Belo Horizonte.
Ah… O melhor nisso tudo, pelo menos para a torcida do Coelho, é que o time saiu de campo campeão.
Lado festivo
Conforme escrevera sábado, o América Mineiro e o Internacional tinham caído em 2016 e voltaram em 2017.
O Coelho caiu como último colocado e voltou como campeão – um título que não era seu há 20 anos.
Foi o suficiente para todos caírem na pele do Internacional, que, não escondia, queria voltar com o título nas mãos.
O Grêmio foi o primeiro a provocar o rival. O Coelho não ficou atrás. E a frase “campeão de tudo”, que o Colorado ostenta com orgulho, talvez seja trocada – aliás, na partida entre Fluminense e Sport, havia uma faixa “estaremos juntos até o fim” que sumiu quando o rubro-negro pernambucano marcou o segundo gol e só voltou momentos antes de o jogo terminar.
Para mostrar que essas provocações boleiras estão em toda parte, o Boca Juniors, único time da Argentina que nunca foi rebaixado, instalou na Bombonera um placar que contabiliza o tempo em que está na primeira divisão, com o título “o único grande”.

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