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Sem Firula

Incoerentes

Arquivo Geral

07/11/2018 13h04

Atualizada 13/11/2018 13h05

Temas polêmicos devem ser evitados.

Principalmente quando o escritor (no caso este colunista) não tem como responder de forma imediata ao leitor.

Situações inexplicadas podem ficar no ar e gerar problemas.

O colunista, porém, não pode deixar de comentar a sequência de absurdos que tem visto em relação às relações dos jogadores de futebol com o mundo em geral.

Ou, ainda mais forte, a tão propalada liberdade – de informação, de imprensa, de ir e vir… Todas as formas.

Durante a campanha presidencial, Felipe Melo, do Palmeiras, foi criticado por declarar apoio ao então candidato Jair Bolsonaro.

Chegaram a falar até em punir o jogador – como se não vivêssemos em um país livre e democrático, onde se respeita a liberdade de expressão.

Passou.

Dias depois, o diretor de Futebol do São Paulo, talvez querendo relembrar seu falecido irmão, criticou a eleição do mesmo candidato.

Falo, claro, de Raí, que se disse “assustado e incomodado” com a vitória do candidato do PSL.

Não se viu nenhuma crítica à postura do cartola – que deveria estar mais preocupado com a queda de rendimento de seu time, que ficou algumas rodadas sem ganhar, do que com a política nacional.

No jogo do São Paulo contra o Santos, Diego Souza marcou e festejou com continência, recado ao “capitão” e gestual semelhante ao do já eleito Jair Bolsonaro.

Novas críticas.

Pedidos de punição ao jogador etc e tal.

Como se o jogador de futebol devesse ser um alienado mental, alheio ao que acontece a seu redor, em seu país.

Na véspera, após a vitória do Palmeiras sobre o Santos, houve um início de tumulto com jogadores santistas cobrando satisfações a Deyverson por uma dancinha provocativa.

Ânimos aparentemente serenados, na saída do gramado o treinador palmeirense Luiz Felipe Scolari não permite que Deyverson dê entrevistas.

O mundo desaba sobre Felipão.

Falam em restrição à imprensa, em censura e coisas que tais.

Pergunto, então: ao manifestar-se, Diego Souza é criticado; ao não deixar que seu jogador se manifeste, Felipão é criticado.
Patrulhamento? Ideologia?

Complicado…

Todos sabemos que Deyverson tem alguns parafusos fora de lugar. E no calor do fim de uma partida, poderia falar algo indevido.

Será que foi por isso que Felipão retirou-o da entrevista?

Diego Souza, como todo cidadão brasileiro, teve o direito de votar e tem o direito de manifestar suas preferências.

Será que as críticas aconteceram porque homenageou um candidato da direita?

Os divulgadores de informação que andam patrulhando quem não procede como lhes agrada deveriam escolher se querem ou não a livre manifestação.

Se sim, não devem ficar incomodados com mensagens como as de Felipe Melo e Diego Souza.

Se não, não podem criticar Felipão por seus atos – que podem até, como já citei, serem para defender e proteger seus atletas.

O que não cabe, de modo algum, é a utilização de pensamentos distintos para manifestações semelhantes, contra ou a favor.

E07m nome da coêrencia.

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