Patriotas (Colômbia), Comerciantes Unidos (Peru), Boston River (Uruguai), Fuerza Amarilla (Equador)… Mesmo quem gosta de acompanhar o futebol internacional certamente estranhou alguns nomes presentes ao sorteio da Copa Sul-Americana, realizado na noite de terça-feira no Paraguai, na sede da Conmebol.
Equivalente da América do Sul à Liga Europa, uma espécie de “segunda taça” continental, a Sul-Americana tem como atual campeã a Chapecoense – para quem não lembra, o time catarinense viajava para a Colômbia para realizar o primeiro jogo da final contra o Atlético Nacional quando seu avião caiu. Este ano, participam do torneio seis equipes brasileiras: Corinthians, São Paulo, Ponte Preta, Cruzeiro, Fluminense e Sport.
Ao contrário dos anos anteriores, não haverá confrontos “nacionais” na primeira fase. Assim, pelo sorteio o Timão vai começar contra o Universidad de Chile; a Macaca começa a luta contra o Gimnasia La Plata, da Argentina; a Raposa enfrenta o Nacional, do Paraguai; o Sport terá pela frente o Danubio, do Uruguai; o Fluminense também jogará contra um uruguaio, o Liverpool; e o São Paulo, único que fará a segunda partida em casa, vai duelar contra o Defensa y Justicia, também da Argentina.
Avaliando assim, de primeira, os adversários mais difíceis no primeiro mata-mata ficaram para Corinthians e Sport. Nada, porém, que provoque maiores problemas. Aparentemente. Aliás, na aparência, os times brasileiros despontam como favoritos. Além dos quase desconhecidos citados lá em cima, chamam a atenção, para entrar numa provável lista de candidatos ao título a LDU do Equador (que já foi campeã da competição, em 2009); o Cerro Porteño, do Paraguai; e o Independiente, da Argentina. Os demais…
Claro que essa questão de lógica e favoritismo, pelo menos no futebol, passam normalmente longe das avaliações formais. Mas, sinceramente, será que algum torcedor do Corinthians, com todos os problemas que seu time possa vir a enfrentar por conta do desmanche habitual, considera improvável a classificação diante do Universidad do Chile (outro que entraria no grupo de possíveis candidatos ao título)?
Um detalhe curioso, e que pode, aí sim, colocar as equipes brasileiras em confronto, é que para a segunda fase não há confrontos pré-estabelecidos. Encerrada a primeira etapa, com os 22 classificados, novo sorteio será feito, unindo-se ao grupo os eliminados da Libertadores da América (como na Europa, onde os terceiros da fase de grupos da Liga dos Campeões “caem” para a Liga Europa, por aqui haverá o mesmo sistema).
Aí, dependendo de quem “venha” da Libertadores, o cenário de favoritismo pode até se alterar – mas nada impede, também, que algum brasileiro seja “rebaixado” e acabe se tornando o bicho-papão da Sul-Americana. Que, por sinal, também será decidida apenas em dezembro, tendo sido estendida como foi a Libertadores.
Prejuízos
Fizeram as contas e descobriram que os quatro grandes do futebol carioca, na primeira rodada do Estadual, acumularam um prejuízo superior a R$ 500 mil – e isso porque tivemos um clássico, Vasco x Fluminense. Na realidade, o prejuízo não foi dos quatro: o Flamengo escapou da roubada ao vender seu jogo contra o Boavista para a Arena das Dunas. Recebeu R$ 300 mil e ponto final. Mas Botafogo, Vasco e Fluminense…
Alguma explicação para isso? Complicado.
Muitos falam que o Estadual não tem mais o mesmo apelo de antes. Pode ser (não concordo, quero deixar claro). Mas será que mesmo um Estadual “sem apelo” chama menos a atenção do que um amistoso? Questiono porque o Palmeiras levou mais de 18 mil torcedores para um amistoso – o clássico carioca não bateu 12 mil pagantes.
Se analisarmos os borderôs das partidas estranharemos algumas questões. Como o lucro (sim, lucro) da Federação de Futebol do Rio de Janeiro superando os R$ 100 mil nas mesmas partidas citadas. Incoerente? Com certeza. Talvez fosse o caso de se estudar uma isenção de taxas e da participação da Federação em partidas que não alcançassem um valor mínimo, diminuindo os prejuízos dos clubes.
