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Sem Firula

Fatos e versões

Arquivo Geral

19/02/2019 7h00

Atualizada 18/02/2019 11h24

Ainda repercute, infelizmente de forma extremamente negativa, a criancice envolvendo Vasco, Fluminense e Federação de Futebol do Rio de Janeiro acerca da decisão da Taça Guanabara, o primeiro turno do Campeonato Carioca, realizado neste domingo – que terminou com a vitória vascaína, por 1 a 0, num gol “sem querer”, mantendo os 100% de aproveitamento do clube de São Januário na competição.
Infelizmente, como é comum nestes casos, um monte de gente que não tem nada com a situação, para aparecer, mete o bedelho onde não é chamado – e acaba por alterar (e adulterar) o que efetivamente acontece. Nestes casos, novamente infelizmente, são levados por interesses particulares, nem sempre dignos.
Para tentar aclarar um pouco, o colunista, irritado por perder precioso espaço com o tema (mas absolutamente ciente da necessidade dos esclarecimentos), se permite, de novo, dissertar.
O Vasco, desde 1950, ao jogar no Maracanã utiliza o chamado lado Sul para seus torcedores. Ou melhor, de 1950 a 2013, quando o “novo Maracanã” surgiu, totalmente diferente daquele construído para a Copa do Mundo de 1950.
Quando houve a privatização, a concessionária procurou os “quatro grandes” cariocas.
O Botafogo, que recebera o Engenhão de presente do prefeito de então, disse não ter interesse.
O Vasco, com seu São Januário, também negou interesse.
Ficaram, então, para pagar as contas do “novo estádio”, apenas Flamengo e Fluminense.
Como o Flamengo, também desde os anos 50, ficava com o Norte, o Fluminense satisfez-se com o Sul.
Os dois, Flamengo e Fluminense, iriam personalizar “seus lados”, criar lojas e sabe-se lá mais o quê.
Esqueceram, porém, que eventualmente os dois “não interessados” jogariam ali, contra os “novos donos”.
E aí a porquinha torce o rabo.
No contrato do Fluminense com a concessionária, existem apenas três situações nas quais o tricolor abre mão do lado Sul.
Uma delas é não ser o Fluminense o mandante – mas o clube precisa concordar. O que em momento algum aconteceu.
Aí, começam os aproveitadores de ocasião a tocar fogo no circo.
Em momento algum o Fluminense solicitou o jogo com portões fechados.
Foi a desembargadora de plantão que, em seu despacho, e temendo pela segurança dos torcedores, por tudo o que acontecia, quem determinou a situação.
Mas, repito, os aproveitadores passaram a dizer que fora um pedido do clube das Laranjeiras. Mentira.
Os cartolas vascaínos, para apagar um incêndio interno (nada menos do que 102 conselheiros entraram com representação contra o presidente pela colocação de bandeira do Flamengo na camisa vascaína por conta do problema no Ninho do Urugu), antes de qualquer tentativa conciliatória, começaram a vender ingressos para o lado Sul – impedindo, assim, alterações posteriores e criando o imbroglio que mais tarde pautaria a decisão de portões fechados da desembargadora.
Com cara de bom moço, o presidente vascaíno disse que tudo estava sendo feito para que todos acordassem (no sentido de concordar). Isso nunca aconteceu.
Aí, emissoras de televisão, que contam com verbas de patrocínio de empresas que participam da concessionária, passaram a bater, também.
Citam, por exemplo, que o contrato do Fluminense com a concessionária não teria valor porque o tricolor deve vultosas quantias.
É verdade. O Fluminense tem dívidas milionárias com a concessionária, que até hoje, sabe-se lá a razão (na realidade se sabe, mas como o colunista não tem provas…), não cobrou.
Aí, neste momento, a concessionária disse que o contrato não tem valor pelas dívidas.
Percebem?
Na verdade, o que está em andamento é a tentatida da concessionária de cancelar o contrato (que tem validade de 35 anos) para, sem compromissos, poder passar adiante o estádio. Que já possui interessados.
Ah… Neste meio tempo, provando sua falta de competência, o cartola mor tricolor dá uma coletiva (e apenas uma, antes de todos os desdobramentos) falando em guerra, sangue e outras bobagens.
Tudo servindo para embasar a decisão da desembargadora que, sabe-se lá o que almoçou, alterou seu pensamento durante o dia e permitiu a entrada de torcedores com 30 minutos de bola rolando.
O Vasco venceu, no campo – com alguns jogadores falando bobagens ao término da partida.
O Fluminense perdeu, no campo.
E o futebol carioca saiu bem menor e derrotado de toda esta confusão.

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