Para quem é aficionado na personalidade de Freddie Mercury, não há qualquer sigilosidade sobre as histórias sobre sua sexualidade. Aliás, eram acontecimentos polêmicos que acompanhavam o líder do Queen em qualquer entrevista. Então, por que tudo isso foi amenizado durante o filme Bohemian Rhapsody? Ainda mais que seu diretor, Bryan Singer, é declaradamente gay? Aliás, do que Hollywood tem medo?
Antes de responder esse questionamento – que ao meu ver é bem simples de solucionar – declaro que estas indagações surgiram ao sair da sessão de Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald em que a concepção jovial de Dumbledore (personagem destacado como homossexual pela autora JK Rowling) é extremamente careta.
Jude Law como Dumbledore
Então, mais uma vez: do que Hollywood tem medo? Obviamente do fracasso. Mas vai além disso, o fracasso por ser justificado. Digo o porquê. Para a fábrica dos sonhos, a representatividade ainda não é tão rentável quanto parece. É possível ver algumas tentativas da cultura norte-americana como, por exemplo, escalar uma mulher e um negro como protagonistas de uma franquia grandiosa como Star Wars. Ou, a aparição bem sutil na sequência Procurando Nemo de um casal lésbico. Porém, sempre são recebidas por boicotes e ataques mais severos quando a tentativa de representar é integral como foi visto em As Caça-Fantasmas.
Sem dúvidas deve exitir um movimento interno de Hollywood lutando por tais representatividades, mas enquanto não existir a ousadia de produtores veteranos em investir nesse nicho, ações de militância em tela serão cada vez mais nulos. E talvez por isso, fãs irão acostumar com distorções de personalidade como Freddie Mercury heternormativo e um Dumbledore goyer em que já namorou Grindelwald na “brotheragem”. Próximo passo? algum personagem trans ser retratado como desvio de personalidade. Entretanto, é possível dizr que medo é apenas uma consequência, o pai disso tudo é o preconceito.
