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Sem Firula

Pura emoção

Arquivo Geral

14/11/2016 12h13

A vingança é um prato que se come frio. O ditado, antigo, resume mais ou menos o seguinte: suas atitudes não devem ser tomadas com o fígado. Use a cabeça, mantenha a calma, lembre-se que para tudo há um momento certo. Ontem, no GP do Brasil de Fórmula 1, Felipe Massa pode comprovar o quanto a frase é verdadeira. Sedento de vontade de realizar uma despedida, em seu Brasil, digna de registro, Massa quis compensar o fraco desempenho de sua Williams com uma forma de guiar arrojadíssima, ignorando até alguns dos mais básicos preceitos de segurança – principalmente numa prova disputada com tanta chuva.

Infelizmente o arrojo custou caro. Bateu na entrada do box e acabou nem completando a prova. A partir daí, o que se viu foi algo bem anormal na fria categoria: lágrimas, muitas lágrimas por parte de Felipe Massa e uma despedida de arrepiar por parte de mecânicos e demais profissionais que vivem o circo da Fórmula 1. A fila para aplaudi-lo foi algo realmente diferenciado, de muita emoção. Valeu tanto quanto a corrida, que acabou sendo muito boa e trouxe a distância entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg para apenas 12 pontos, faltando apenas o GP de Abu Dhabi, daqui a duas semanas. Não custa lembrar que os dois duelistas pelo título são da mesma equipe, a Mercedes, e já foram avisados que a briga é à vera.

A corrida

Se o resultado não trouxe a felicidade que o torcedor brasileiro desejava – o melhor resultado ficou sendo de Felipe Nasr, em nono lugar, na fraquíssima Sauber –, quem gosta de velocidade vibrou. Todos sabem que uma prova com chuva, ao mesmo tempo em que aumenta a falta de segurança para os pilotos, provoca um aumento imponderável de emoções. E o GP do Brasil, apesar de tantas paradas, de tantos carros de segurança (os safety cars, reais ou virtuais), acabou tendo em Max Verstappen seu grande destaque até pela forma quase irresponsável como guiou. Felizmente não aconteceram problemas mais graves e a prova acabou sendo bem interessante. Com mais de três horas de duração e água, muita água. Resta torcer, agora, para que o Brasil continue no calendário da categoria e, principalmente, que tenhamos ao menos um piloto para seguir as trajetórias de Emerson Fittipaldi, José Carlos Pace, Nelson Piquet, Ayrton Senna, Rubens Barrichello e Felipe Massa – este último que chegou a sentir o gosto de ser campeão do mundo por alguns instantes justamente em Interlagos, mas acabou perdendo o título. Essa história, de mais de 45 anos, não pode acabar.

Outro campeão

Conforme este colunista apostou, o Atlético Goianiense sagrou-se campeão da Série B, e com duas rodadas de antecipação. A contundente vitória de 5 a 3 sobre o Tupi, aliás, além de valer o troféu para o Dragão, decretou também o rebaixamento da equipe mineira. Não tem mais jeito. Como também, se não fosse a matemática, eu diria que não tem mais jeito nem em cima, nem em baixo: Atlético Goianiense, Avaí, Vasco e Bahia vão para a Série A; Sampaio Correia, Tupi, Joinville e Bragantino vão para a Série B. A situação de Bragantino e Joinville ficou ainda mais complicada quando o Oeste empatou, aos 50 do segundo tempo, seu jogo contra o Brasil de Pelotas. Pontinho que praticamente sepultou as chances de catarinenses e paulistas (de Bragança) se salvarem. E a vitória do Avaí sobre o Náutico ajudou muito, muitíssimo, a Vasco e a Bahia. O Timbu precisa de uma combinação tão combinada de resultados que vascaínos e baianos já estão festejando, por menos que desejem admitir. E o Atlético Goianiense… Bem, o Dragão esteve o tempo todo brigando pelos primeiros lugares. O título coroa uma campanha de um time organizado e que entrou para, antes de mais nada, permanecer na segunda divisão. Depois, quando viu que os bichos não eram tão feios, passou a brigar pelo acesso e, finalmente, pelo título. Que veio no sábado.

Eliminatórias

Liechtenstein é um país simpático, se é que podemos adjetivar desta forma uma nação. Pequeno, bonito, gente feliz, emprego, saúde, educação… O futebol é tão inexpressivo (escrevi isso para não escrever inexistente) que nem campeonato nacional é realizado. Um de seus times participa do Campeonato Suíço. Não se ouve falar de um grande jogador que tenha vindo de lá. Mas Liechtenstein, tão simpático e tão fraco no futebol, pode definir a ausência de um campeão do mundo na próxima Copa – na Rússia. Ou de um tetracampeão. Tudo porque Liechtenstein está no mesmo grupo de Espanha e Itália e apenas o primeiro colocado garante sua vaga para o Mundial. O segundo vai para um mata-mata que… Bem, mata-mata é decisão em duas partidas e tudo pode acontecer. Neste momento, a Espanha leva vantagem porque, no jogo contra Liechtenstein, fez 8 a 0. Sábado, a Itália ganhou por apenas 4 a 0. A diferença é grande. Os espanhóis estão na frente. Os italianos, que nunca se caracterizaram por ataques fortes, vão precisar, quem sabe, bater a Fúria na Espanha. Por enquanto, porém, o país cujo principal estádio tem capacidade maior do que a população da capital Vaduz, está definindo que a Espanha vai direto e a Itália… Bem, a Azzurra vai precisar suar muito.

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