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Professor M.

Inovadores, Empreendedores e o valor para o consumidor – I.

Agregar valor para os clientes a produtos e serviços desde o produtor da matéria-prima é a tendência de negócios para Inovadores, Empreendedores e Intraempreendedores.

Prof. Manfrim

23/09/2018 17h25

Atualizada 28/08/2019 9h59

Foto: Agência Brasília

Quando Michael Porter em 1985 introduziu o conceito de “Cadeia de Valor” as organizações viviam o auge da produção industrializada e da distribuição de produtos aos consumidores.  O conjunto de atividades, desde os fornecedores e produtores, passando pela produção, até a distribuição final, contemplava a definição e a visão de Porter sobre o ambiente de negócios na época.

A Internet tinha acabado de deixar os ambientes acadêmicos e era liberada para uso comercial nos EUA, em 1987, dois anos depois de Porter introduzir o conceito.

Só em 1992 sugiram os primeiros provedores de acesso à Internet nos Estados Unidos. No ano de 1991, o Laboratório Europeu de Física de Partículas (Cern) disponibilizou mundialmente o World Wide Web – www, tornando o acesso à Rede acessível a qualquer usuário.

Porter dividiu a Cadeia de Valor em dois grupos de atividades: Atividades Primárias (logística, operações, marketing, vendas e serviço) e Atividades de Apoio ou de Suporte (infraestrutura, recursos humanos, tecnologia e aquisição). Foi a leitura perfeita e sistêmica das organizações dos anos 1980.

A fundamentação teórica e prática consistia no objetivo de inserir algum “valor” aos produtos enquanto esses passavam pelas Atividades Primárias e Atividades de Apoio ou de Suporte. Ao final, era criado um “diferencial competitivo” para o consumidor, que seria diferente em cada organização.

Qual a relação de Cadeia de Valor e Internet?

Na década de 1980 a distância entre o consumidor e o produtor era grande e as organizações e indústrias faziam o elo entre eles. Essa perspectiva de contato direto entre produtor e consumidor se firmou nos anos 2000.

Os movimentos naturalistas, de sustentabilidade ambiental e de responsabilidade socioeconômica foram grandes impulsionadores da ligação direta entre produtores e consumidores.

Nessa época, a Internet passou de coadjuvante para protagonista, não apenas de informações mas também de conexão entre pessoas e organizações, entre essas pessoas, os produtores e fornecedores das indústrias de distribuição e de transformação.

Esse contexto de ligação entre pessoas e organizações permitiu que os consumidores conhecessem os processos produtivos tanto das indústrias quanto das matérias-primas. Isso acabou alterando fortemente a visão dos consumidores sobre o “valor” dos produtos, deslocando o “diferencial competitivo” da indústria para os produtores.

A Visão contemporânea do processo produtivo levou as pessoas aos movimentos de responsabilidade socioambiental, sustentabilidade da natureza e controle sanitário e ecológico da produção, o que chamamos hoje de “controle da origem” das matérias-primas para a indústria e para os consumidores.

O valor está agora na origem!

A ampliação do “valor” percebido e determinado como importante para os clientes, das Atividades Primárias e Atividades de Apoio ou de Suporte de Michael Porter para a “origem” do processo produtivo, definiu um novo ponto de início do diferencial competitivo.

Até o final dos anos 1990, o diferencial competitivo era definido e impulsionado nas Atividades Primárias e Atividades de Apoio ou de Suporte das organizações. Só a partir dos anos 2000 que se deslocou, ou se ampliou, para os “produtores” na origem.

Vale destacar que a teoria e prática da Cadeia de Valor de Porter não perdeu aplicabilidade. Seus fundamentos básicos tem utilidade até hoje. Apenas agregamos uma “atividade” que não estava na perspectiva dos anos 1980, a do produtor da matéria-prima.

Como sempre digo aos alunos dos MBA de Inovação e Empreendedorismo do UDF: as ferramentas gerencias e de negócio “velhas” (como dizem muitos) tem seu valor, desde que entendamos seus fundamentos, o contexto em que foram criadas e o deslocamento delas para a visão contemporânea do ambiente de negócios.

Nem todas as ferramentas, técnicas, aplicações, modelos, estratégias, práticas e métodos do século XX são descartáveis! Cuidado com o descarte indiscriminado e sem critério delas. Comece por conhecer o básico, o essencial delas, para formar uma visão crítica de aplicabilidade.

Como então explorar esse deslocamento do “ponto de início” do processo produtivo para o produtor da matéria-prima? Como Inovadores, Empreendedores e Intraempreendedores devem agir?

Essas reflexões e respostas abordaremos no próximo artigo!

Compulsivo em Administração (Bacharel). Obcecado em Gestão de Negócios (Especialização). Fanático em Gestão Estratégica (Mestrado). Consultor pertinente, Professor apaixonado, Inovador resiliente e Empreendedor maker.

Explorador de skills em Gestão de Projetos, Pessoas e Educacional, Marketing, Visão Sistêmica, Holística e Conectiva, Inteligência Competitiva, Design de Negócios, Criatividade, Inovação e Empreendedorismo.

Navegador atual nos mares do Banco do Brasil, UDF/UnicSul e mentoria a Startups. Já cruzou os oceanos do IMESB-SP, Nossa Caixa Nosso Banco (NCNB) e Cia Paulista de Força e Luz (CPFL).

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Currículo Lattes – Prof. Manfrim

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